Economia pernambucana deve receber R$ 3,8 bi com o 13º salário

Por Ricardo Banana
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Com a aproximação do final de ano e a expectativa de uma renda a mais por conta do décimo terceiro salário, trabalhadores formais aproveitam para equilibrar orçamento, realizar comprar ou planejar os gastos para 2013. Em Pernambuco, a estimativa é de que o salário extra injete cerca de R$ 3,87 bilhões da economia do estado ao final do ano, de acordo com pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em comparação ao ano de 2011, isso significa um aumento de 15,09%.

De acordo com o relatório, dos 8,7 milhões de pernambucanos, um pouco mais de 3 milhões devem receber ou já receberam o décimo terceiro neste ano. O grupo estudado é formado por funcionários do mercado formal (público e privado), trabalhadores domésticos e beneficiários da Previdência Social. Para a pesquisa, foram considerados tanto os salários pagos no final do ano – 70% do total – quanto os pagos em outras épocas, como durante férias ou no começo e meio do ano.

Jackeline Natal, supervisora do Dieese em Pernambuco, explicou que o crescimento maior do que 15% no valor injetado na economia do estado – o terceiro maior índice do país, perdendo apenas para Tocantins e Roraima – se justifica tanto pelo aumento da renda do pernambucano como pelos postos de trabalho gerados. “Estamos vivendo uma junção dos dois elementos, tem mais gente trabalhando e outras pessoas com aumento de rendimento e se formalizando. A estimativa é de um aumento de 3,94% no número de pessoas que deverão receber a gratificação e 10,73% no rendimento médio”, comentou.

Do grupo dos que conseguiram um salário maior em 2012 faz parte o trocador de óleo Manoel Félix, que recebeu o décimo terceiro mais gordo já em junho. Com o dinheiro em mãos, a reforma de sua casa, localizada na cidade de Moreno, no Grande Recife, foi antecipada. “Já estava querendo ajeitar a casa desde o ano passado, quando tinha programado o décimo terceiro para isso, sem pensar em outra coisa. No meio do ano, eu pude adiantar”, falou Manoel.

Na média, o rendimento dos que devem receber o 13º em Pernambuco será de R$ 1.189,76, 10,73% a mais em relação a 2011. Com isso, o estado ultrapassa a Bahia e ocupa a terceira posição no Nordeste na renda por pessoa, perdendo apenas para Sergipe e Rio Grande do Norte.

Com esse valor a mais na conta bancária, os trabalhadores pernambucanos já devem estabelecer um destino certo. “Se você olhar a realidade da renda, ela não oferece muita capacidade de poupança. Mas uma pessoa que mora com os pais tem probabilidade de poupar. No caso de uma mulher chefe de família, não tem condição. As pessoas que conseguem se organizar guardam para os gastos de início de ano, quando tem escola e impostos como IPTU e IPVA”, destacou Jackeline Natal.

É pensando nos gastos com os três filhos em 2013 que a professora Gisele Calabria reserva o décimo terceiro. “Eu nem conto mais com ele [o 13º] nos meus planos anuais. Já sei que sempre é para os gastos com os colégios dos meus filhos. O dinheiro vai todinho embora com o material, matrícula, farda”, falou. A também professora Maria Helena Pinto já se encaixa em outro grupo. Com duas filhas já casadas, o dinheiro do 13ª é usado, todo ano, para viagens. Este ano, o destino é Curitiba, no Paraná, para visitar a irmã. “Equilibro bem as contas e nunca precisei salvar dinheiro para pagar dívidas”, comemora.

Compras

Apesar de não possuir dados sobre o destino final que será dado ao salário extra do final de ano, a supervisora do Dieese Jackeline Natal acredita que, pela experiência dos anos anteriores, a maioria deve utilizar para pagar dívidas. A funcionária pública Fábia Araújo tem esse objetivo: equilibrar as contas em 2012. “Estou usando o cheque ouro e quero controlar. Vou pagar as dívidas, mas fazer outras, né? É assim que acontece. A intenção é pelo menos virar o ano com os gastos equilibrados. Vou tentar me controlar”, disse Fábia.

Segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE), pessoas como Fábia, que vão consumir no final ano, devem comprar principalmente bens duráveis, como móveis, produtos de informática, celulares, eletrodomésticos, além de carros. “O 13º equilibra a realidade da economia brasileira. Nos momentos mais difíceis de crise, ele ameniza a situação, porque recompõe o consumo, dá um fôlego a mais para a economia. A gente espera que a economia do segundo semestre seja sempre mais dinâmica, com as pessoas comprando”, relatou Natal, do Dieese.

Fonte: G1 PE

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