Em PE, produtores de derivados do leite enfrentam problemas com a seca

Por Ricardo Banana
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O município de Afrânio, Sertão de Pernambuco, é a maior bacia leiteira do Vale do São Francisco e está enfrentando problemas: a produção de leite e derivados caiu quase pela metade por causa da estiagem prolongada. Demanda não falta, mas a matéria prima está em baixa. Atualmente, o município produz 14 mil litros de leite por dia. Nas épocas mais chuvosas, chegava a produzir até 22 mil litros de leite diariamente.

De acordo com o secretário estadual de Agricultura e Reforma Agrária, Ranilson Ramos, foi feita uma recomendação ao Instituto Agronômico de Pernambuco e à Secretaria para que os agricultores comecem a ser assistidos com milho e cana de açúcar. O secretário disse que os criadores de gado já têm um financiamento a caminho. “A presidenta Dilma autorizou financiamento no valor de R$ 1,9 bilhão. Pernambuco jpa aplicou 350 milhões e atende 40 mil criadores. O objetivo é que possamos assistir 70 mil criadores”, explica.

A situação está mesmo difícil para os produtores do Agreste e Sertão. “Estamos tendo mais pedidos do que podemos atender”, explica o gerente administrativo da Cooperativa de Produção Agropecuária de Afrânio (Cooafra), Carlos Rommel. Ele explica que, na época das chuvas, a produção chega a ser de 9 mil litros por dia. Com a seca, os números caíram para cerca de 5 mil. A prioridade, de acordo com o gerente administrativo, é abastecer o mercado interno do município de Afrânio. “Fazer queijo é o que dá mais retorno. Com os outros produtos, o lucro é muito pouco”, conta.

Adelson Quintino, no entanto, apostava no doce. Agora, o gado está magro, não produz tanto leite, e a produção não está fornecendo lucros. “Eu trabalhava diariamente com de três a cinco pessoas. Agora só tem eu e meu filho”, explica o produtor de doce. “Estou tendo lucro somente para não estar parado”, afirma. Ele conta também que perdeu 29 cabeças de gado, inclusive as vacas que forneciam o leite pra ele fabricar o produto. Na propriedade dele, a fábrica está fechada.

Raimundo Lima é criador de gado e afirma que a solução só vai chegar com medidas tomadas pelo governo. “Chegou um momento desesperador. Se não tiver apoio dos governantes, podemos chegar ao colapso”, afirma.

O secretário Ranilson Ramos afirma que, além dos produtores de gado, a população de modo geral tem apoio do governo na estiagem prolongada. “O público está sendo assistido com os benefícios sociais da Garantia Safra, auxílio Bolsa Estiagem do Governo Federal e o Chapéu de Palha, do Governo Estadual. Cerca de 155 famílias recebem estas transferências de renda”, afirma. Estima-se que os benefícios somem uma quantia de R$ 430 reais mensais que dão condições para que os agricultores possam se manter durante estiagem. (G1 PE)

 

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