Espaço do leitor: A carreira acadêmica: Escolhas e Consequências

Por Ricardo Banana
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imagemNão preciso ser acadêmico para me realizar profissionalmente e, nem tampouco, estudar para conseguir alguma realização em minha vida. Talvez fosse essas palavras que você precisasse ler ou ouvir para encorajá-lo a não querer nada com os estudos. Porém, sinto muito desapontá-lo, as colocações usadas acima, inicialmente, eram tão somente para chamar a sua atenção, despertar seu interesse quanto ao tema em discussão. Eu queria muito que você estudante, quer seja no ensino fundamental, médio ou superior, fizesse uma reflexão quão importante é estudar, quão importante é escolher uma graduação promissora, que lhe proporcione satisfação e retorno econômico. Permita-me fazer algumas perguntas. Desde que abriu mão dos estudos, o que conseguiu ao longo do tempo? Mudou para melhor seu crescimento profissional? Houve algum arrependimento por ter deixado para trás sua vida escolar? Se estiver no grupo que faz parte da última pergunta, fico muito feliz, porque ainda há tempo para corrigir o que deixou de fazer. Não olhe a questão da idade, porque nessa vida até a idade é algo relativo. A morte chega tanto para quem é jovial, quanto para quem tem mais idade, não manda aviso e nem recado, chega para o rico e para o pobre, não há distinção de cor, credo, raça, sexo e religião, em qualquer circunstância ou em qualquer lugar. Alguém diz: Conheço uma pessoa que estudou e se formou em tal curso e não conseguiu nada até o momento, e conclui, não vou mais estudar. É um pensamento equivocado, sem fundamentação, porque quem faz o curso ser grande em importância é você. Como assim? Especializando-se, enriquecendo-se, complementando-o com outros cursos. A propósito, uma das escolhas mais difíceis é a carreira acadêmica, são tantos que dizem ter escolhido o curso errado. Conheci um rapaz que para se consolidar na vida profissional teve que passar por três faculdades, significou três vestibulares. Somando-se a isso, desilusões e frustrações. Primeiro ele cursou Direito na UNEB aqui em Juazeiro da Bahia e, desistiu, a segunda foi matemática na UPE em Petrolina, depois de cursar o quarto período, o mesmo abandonou e, posteriormente, Medicina. Nessa última conseguiu passar em três, uma estadual, uma federal e outra particular. Finalmente, persistiu na última escolha e creio que já está exercendo a área escolhida. Portanto, é preciso maturidade e cuidado para não chegar a esse ponto, porque é desgastante, mas infelizmente, ele não é o único. São muitos que estão nesse grau de indecisão, sentem dificuldades na escolha da especialidade, e, consequentemente se decepcionam. Há àqueles que se espelham na profissão dos pais, foram orientados nesse sentido, sentiram-se atraídos para tal exercício e abraçaram de corpo e alma tal formação Entretanto, gostaria de poupá-lo dessa situação constrangedora, afim de que não possa perder tempo e não passe por esse martírio. Deveria existir na grade curricular do MEC, precisamente no último ano do ensino médio, o teste vocacional, uma disciplina que ajudasse o aluno na escolha de seu curso superior, mostrando as vantagens e desvantagens de tal. Fui levar minha sobrinha na FACAPE, autarquia educacional do município de Petrolina, e, por uns instantes fiquei observando o comportamento de alguns estudantes em relação aos seus cursos, mais precisamente Serviço Social e Direito. Nesse dia haveria uma palestra em relação ao direito da mulher (suas conquistas e avanços). É possível que num universo de tantos adolescentes ali presente, haja descontentamento por estarem cursando tal área, estavam ali por não terem outra opção, e, porque não conseguiram uma boa nota no ENEM, estavam ali estudando sem qualquer identificação, obviamente, irão desistir. Nem tudo é espinho, nem tudo é incolor, nem tudo é dissabor. Contudo, percebi em alguns deles o prazer de estarem naquele lugar, à expectativa em relação à área escolhida, os sonhos, os objetivos e a certeza da construção de novos horizontes. Outra argumentação poderosa contra o ofício de estudar é quando afirmam: fulano de tal nem concluiu o ensino fundamental, e hoje, ganha milhões, acumula uma boa conta bancária, um patrimônio invejável e tem o que quiser em termos de bens e realização pessoal. Devemos lembrar que esses raros casos não são uma regra, é uma exceção em relação há muitos. Vivemos numa sociedade competitiva, desigual e exigente. As estatísticas mostram que a causa principal do desemprego é a falta de qualificação profissional. Em outras palavras, se você quem sabe tivesse uma formação técnica ou acadêmica estaria trabalhando de alguma forma. Creio que na atual conjuntura que nos encontramos, é necessário repensar nossas escolhas, fazer aquilo que gostamos, mas também, algo que nos que dê retorno financeiro, prazer e acima de tudo, reconhecimento.

Antonio Damião Oliveira (damis.oliver@hotmail.com)

Guarda Municipal de Petrolina

Formado em Matemática FFPP

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1 comentário

Elisa 1 de abril de 2014 - 14:57

Bom, não entendi muito o contexto em si, como também não entendi o seu exemplo, uma pessoa que estudou matemática uma area tão dificil e necessitando de profissionais qualificados e o mesmo é GUARDA MUNICIPAL, contraditório não o texto ou ele estava dando seu proprio exemplo.

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