Mantega: choques de preços e câmbio impediram queda da inflação nos últimos anos

Por Ricardo Banana
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imagemOs choques de preços nas commodities – bens agrícolas e minerais com cotação internacional – e a desvalorização do real impediram a queda da inflação para o centro da meta, de 4,5%, nos últimos anos, disse ontem (6) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em entrevista ao programa Espaço Público, da TV Brasil, ele admitiu contratempos em relação à trajetória dos índices de preços, mas reafirmou o compromisso com o controle da inflação e a autonomia do Banco Central (BC).

“Eu também gostaria de trabalhar com uma meta menor de inflação, mas vamos ser realistas. Nos últimos anos, temos tido pressões inflacionárias. Se, daqui para a frente, não houver mais desvalorização do real, teremos pressão inflacionária menor. Aí, poderemos tomar a tarefa de desindexação da economia”, declarou o ministro.

Segundo Mantega, nos últimos três anos, o planeta enfrentou choques nos preços das commodities provocados por secas nos Estados Unidos, na China e na Índia. Além disso, o real se desvalorizou 35% nos últimos dois anos.

Em resposta à pergunta da diarista Maria do Socorro Santos, que reclamou da alta nos preços dos alimentos nos últimos meses, o ministro se disse otimista em relação à inflação desses produtos. De acordo com Mantega, os preços dos alimentos cairão nos próximos meses até atingirem um “patamar mais tranquilo” em junho. Ele também citou o aumento da renda da população para tranquilizar a diarista.

“Em alguns anos, a inflação aumenta mais e aumenta menos. Mas certamente o trabalhador ganha mais do que há oito, dez anos. Os salários das diaristas estão num nível maior por causa do programa de desenvolvimento que implementamos no país, que criou empregos e elevou o padrão de vida”, declarou.

Perguntado pela repórter Leandra Peres, do jornal Valor Econômico, sobre possíveis interferências políticas no Banco Central, o ministro assegurou o compromisso do governo com a autonomia da autoridade monetária. “Uma autonomia do Banco Central é importante para que ele possa fazer as maldades necessárias em momentos de inflação mais alta, sem interferência”, afirmou. Segundo Mantega, o fato de o Banco Central ter aumentado a taxa Selic (juros básicos da economia) em 3,75 pontos percentuais em ano eleitoral mostra o empenho no controle da inflação. (Agência Brasil)

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