Com os sinais de incompetência do Ministério da Integração Nacional em tomar atitudes contra os problemas que atinge o Nordeste com uma das piores secas de todos os tempos e as reportagens veiculadas no inicio desse ano que divulgaram emendas do deputado Federal Fernando Filho, beneficiado pelo pai, que é ministro, repercute na imprensa do Sudeste artigo publicado pelo antropólogo, autor de Carnavais, malandros e heróis, Roberto da Matta.
No texto o escritor questiona a falta de moralidade que põe todos os relacionamentos em uma escala que liga os patrões – os mandões e os coronéis – a seus empregados, capangas e partidários. “Sendo o Brasil assim, a descoberta de que Fernando Bezerra Coelho – descendente de uma ilustre e eficiente estirpe coronelista do Nordeste e atual ministro da Integração Nacional – nomea parentes e, paralelamente, desintegrava suas verbas, favorecendo os seus merece uma análise”.
O antropólogo acusa Fernando Bezerra Coelho de usar o clientelismo nepotismo – que pertence aos quadros do Partido Socialista Brasileiro – mostra que ao lado do cidadão coexistem, mais ou menos escondidos interesses que não são usufruídos pela maioria dos brasileiros.
“O Brasil moderno, não cabe dúvida discutir, é um país feito de cidadãos sujeitos absolutos da lei e sobretudo do mercado que vale para todos; mas – eis o problema que hoje fere mais do que ontem – há também uma teia de relações cujo dado crítico continua sendo o velho parentesco, pai do clientelismo”, reflete Roberto da Matta.
Essas são as questões que o caso do ministro da Integração Nacional levanta com sua conduta clientelística. Cabe perguntar até quando iremos continuar a viver num mundo onde a igualdade é sempre preterida – e, em seu lugar, valem os laços de família.
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