Moro defende crime de Bolsonaro e diz que tudo é questão de “personalidade forte”

Por Ricardo Banana
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, segue blindando Jair Bolsonaro. De acordo com o ex-juiz da Lava Jato, Bolsonaro não cometeu crime ao recolher (ou apemas copiar, não se sabe ainda) as gravações da portaria do condomínio onde mora após suspeitas de envolvimento no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL). Moro também vê tudo como um caso de  “personalidade forte” de Bolsonaro.

“Seria obstrução de Justiça destruir a prova. Tirar cópia não é obstrução de forma nenhuma”, disse Moro em jantar organizado pelo ite Poder 360 nesta segunda-feira (4). Para ele, teria havido “exagero da oposição e da imprensa” em relação às declarações do presidente sobre os áudios. “Você tem um documento que te prova inocente. Se você for lá, tirar uma cópia, e o original ficar lá, não é obstrução”, acrescentou ele.

Segundo o ministro, Bolsonaro “às vezes reage a algumas situações em que ele é tratado de maneira injusta”. “Ele tem uma personalidade forte, então às vezes ele reage de uma maneira intensa. A imprensa segue fazendo suas matérias, não existe cerceamento da liberdade de expressão. Quem tinha uma pauta de controle social da imprensa era o concorrente”, disse.

Na semana passada, o Jornal Nacional divulgou uma reportagem citando o ocupante do Planalto. Em depoimento à polícia, o porteiro do condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca (RJ), disse que, horas antes do assassinato, em 14 de março de 2018, um dos suspeitos do crime – Élcio de Queiroz – entrou no local e disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. Os registros de presença da Câmara dos Deputados mostram que o então parlamentar estava em Brasília no dia.

O Ministério Público (MP-RJ) afirmou que o porteiro mentiu.

Élcio Vieira de Queiroz é o mesmo havia postado no Facebook uma foto ao lado de Bolsonaro.

Segundo reportagem do G1, Bolsonaro afirmou: “Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha”. Mas já se sabe que seu filho Carlos divulgou uma gravação que não é a do porteiro que mencionava “seu Jair”, como se fosse a voz do porteiro que fez a denúncia (aqui).  (247)

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