Pãozinho sofrerá reajuste até setembro

Por Ricardo Banana
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O pão nosso de cada dia ficará mais caro. Até setembro, a farinha de trigo deve sofrer um reajuste de 40%. Com isso, o pão francês deve sofrer um acréscimo em torno de R$ 0,50, sobre o valor cobrado pelo quilo. A variação de 10,49% no dólar sobre o real e a seca nas regiões produtoras do hemisfério Norte provocaram uma elevação de 46% no preço internacional do trigo, que nos últimos sete meses saltou de US$ 240 para US$ 350, por tonelada. A tendência é que a farinha de trigo e seus derivados se mantenham em alta, pelo menos, até o segundo semestre de 2013.

O presidente da Associação dos Moinhos de Trigo do Norte e Nordeste do Brasil, Roberto Schneider, diz que “o novo cenário sugere reajuste dos atuais R$ 73, para cerca de R$ 100, na saca de 50 quilos”. Considerando o aumento de 46% no preço internacional do trigo e a valorização de 10,49% no dólar comercial, o impacto no preço da tonelada do grão soma 61,1%. “Mas como a participação média da farinha de trigo na produção de derivados é da ordem de 70%, o reajuste escalonado de 40% permitirá o setor manter o ritmo normal da produção neste semestre”, explica ele.

De acordo com Cristina Santos, proprietária da padaria Pão Massa, localizada na Madalena, e diretora do Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria de Pernambuco (Sindipão-PE), algumas padarias já estão pagando R$ 80 pela saca de 50 quilos. “Estamos aguardando os novos aumentos para definir qual será o repasse. Mas, se realmente subir 40%, pode elevar em até 15% o preço do pão, no caso das padarias que ainda não deram reajuste neste ano”, comenta.

Atualmente, o preço médio do pão no Recife é de R$ 7 e o custo da farinha representa cerca de 15% do preço do pão francês. Segundo Schneider, um quilo da farinha rende 1,2 quilo de pão. Logo, com a farinha subindo de R$ 73 para R$ 100, os custos com o insumo vão passar de R$ 1,21 para R$ 1,70, aumentando em R$ 0,49. Para Roberto Schneider, a tendência é que a farinha de trigo continue em alta.

“O Brasil consome 11 milhões de toneladas e só deve produzir 5 milhões. Para a próxima safra da Argentina, que se inicia em novembro, o volume do trigo a ser exportado cairá de 12 milhões para 6 milhões de toneladas, que além do Brasil deverá atender a outros mercados. Uma boa safra no próximo ano, poderia reduzir os preços no segundo semestre. Só que 2013 é ano do fenômeno El Niño, que costuma afetar a agricultura. Então, o cenário ainda é incerto”, detalha.

Fonte: Diario de Pernambuco

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