PIB de Pernambuco cresce mais que o nacional

Por Ricardo Banana
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Pelo terceiro ano consecutivo após a recessão que fez o Produto Interno Bruto (PIB) pernambucano recuar 4,2% e 2,9%, em 2015 e 2016, respectivamente, a economia estadual mostra sinais concretos de retomada. Segundo dados divulgados ontem pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), em 2019, o PIB do estado variou positivamente em 1,9% em relação ao ano anterior.

Em comparação com o nacional, divulgado na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os resultados da economia pernambucana dentro dos três grandes setores analisados – agropecuária, indústria e serviços – colocam a produção estadual em mais um ano acima do Brasil, que fechou 2019 com crescimento modesto de 1,1%. Em valores correntes, o PIB pernambucano foi de R$ 205 bilhões.

Segundo explica o gerente de Estudos e Pesquisas da Agência Condepe/Fidem, Rodolfo Guimarães, embora no terceiro trimestre do ano passado a economia pernambucana, influenciada pelo fechamento do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) e pela queda da produção de petróleo na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), tenha apresentado resultados modestos, ela se recuperou no trimestre seguinte.

“O quarto trimestre compensou o fraco desempenho do terceiro. De fato, 2019 encerrou dentro do que se esperava, em linha de recuperação mais intensa do que a brasileira”, comenta o gerente.

Os bons resultados do ano passado foram puxados pelo bom desempenho em dois principais setores – indústria e agropecuária. Neste último, o destaque foi para as lavouras permanentes que registraram crescimento de 22%, ficando evidente os incrementos na produção de laranja, banana, manga, uva, maracujá, coco-da-baía, goiana e castanha-de-caju.

Já as lavouras temporárias registraram 10,4%, sendo puxadas por cana-de-açúcar, milho, mandioca, melão, melancia e batata-doce. A pecuária apresentou crescimento de 5,5%, com destaque para o aumento na produção de ovos, a suinocultura, bovinos e leite.

O crescimento do setor industrial pernambucano (3,4%) decorreu do desempenho positivo das atividades da indústria de transformação (5,2%), destacando-se neste segmento a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (21,1%), de coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (12,7%), de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, perfumaria e higiene pessoal (10,8%), entre outros.

Os índices da produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana foi de 2,2%, enquanto a construção civil foi de 0,5%.
“Basicamente quem dá o tom, o peso da consolidação do processo de desenvolvimento pernambucano são os empreendimentos frutos de decisões tomadas no passado, como a vinda da refinaria e o polo automotivo”, destaca Guimarães.

No setor de serviços, que teve um acumulado anual de 1%, as atividades que mais contribuíram para o resultado foram as de administração, saúde e educação pública (1,9%); transporte, armazenagem e correio (1,9%); seguido de atividades imobiliárias e aluguéis (1,7%), comércio com 0,3%, entre outros. “O interessante é observar que o crescimento da economia não ficou centrado em um único setor, mas em todos. Isto é tão importante quanto o crescimento em si”, destaca a secretária executiva da Secretaria de Desenvolvimento de Pernambuco, Maíra Fischer. (FolhaPE)

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