PMDB “afia os dentes” contra crescimento do PSB

Por Ricardo Banana
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Após o crescimento do PSB nestas eleições, os peemedebistas tentam criar uma relação mais estreita com o governo Dilma; para tanto, além de buscar manter a presidência da Câmara Federal, com eleições marcadas para fevereiro, manter a vice-presidência da República e sonhar com candidatura própria em 2018, o PMDB entra de vez no embate com o “adversário”, pleiteando o Ministério da Integração Nacional, comandado pelo pernambucano Fernando Bezerra Coelho (PSB)

Leonardo Lucena e Paulo Emílio_PE247 – PSB e PMDB seguem no “racha” por maior espaço na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT). Após o crescimento dos socialistas nestas eleições, que passaram de 310 para 443 prefeituras sob seu comando em todo o país, o equivalente a 11,11% do eleitorado (20,90 milhões de eleitores), os peemedebistas tentam criar uma relação mais estreita com o governo. Para tanto, além de buscar manter a presidência da Câmara Federal, com eleições marcadas para fevereiro, a vice-presidência da República e sonhar com candidatura própria em 2018, o PMDB entra de vez no embate com o “adversário”, pleiteando o Ministério da Integração Nacional, comandado pelo pernambucano Fernando Bezerra Coelho (PSB).

O PMDB é o partido com maior número de prefeituras no Brasil. Antes do pleito, comandava 1.024 prefeituras e, a partir de 2013, terá 1.201, governando 16,30% dos eleitores (30,67 milhões), atrás apenas do PT. Os petistas, apesar de terem o terceiro maior número de Legislativos Municipais (635), é a legenda que governará para o maior número de habitantes no Brasil (19,74%, o equivalente a 37,14 milhões de cidadãos). No entanto, os peemedebistas sentem-se ameaçados de perder o posto de principal sigla de apoio ao Governo Dilma para o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que pode disputar a presidência em 2014.

Quanto à disputa pela presidência da Câmara, o PMDB terá como candidato o líder do partido na Casa, Henrique Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte. Mas o PSB também resolveu entrar no jogo e terá como postulante o parlamentar Júlio Delgado, de Minas Gerais, que conta com o apoio implícito de Eduardo. Enquanto os socialistas detêm a sétima maior bancada na Casa, com 32 deputados (na sexta está o bloco PT do B/PRP/ PSL/PHS/PRTB/PTC/PR), os peemedebistas asseguram a segunda posição no ranking, com 78 parlamentares (a primeira é do PT, com 85), e já conseguiram apoio de partidos como PSDB, DEM, PSD, PC do B, PP, PR e PSC.

Além disso, o PMDB quer o Ministério da Integração, sob o comando de Fernando Bezerra Coelho, do PSB, que também conta com a Secretaria Especial dos Portos (Leônidas Cristino-CE). Os peemedebistas estão à frente dos Ministérios do Turismo (Gastão Dias Vieira-MA), Agricultura (Mendes Ribeiro-RS), Previdência (Garibaldi Alves Filho-RN), Assuntos Estratégicos (Wellington Moreira Franco-RJ) e Minas e Energia (Edison Lobão-MA).

Porém, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, os peemedebistas acham que isso é pouco perante a força da legenda. E diante das especulações sobre a possível candidatura de Eduardo Campos à presidência, ou de ocupar a vaga de vice da presidente Dilma, ainda que esta última hipótese seja mais remota, o PMDB deixa claro que pretende formar chapa com o PT nas próximas eleições. E alguns integrantes como o senador e ministro Wellington Moreira Franco e o presidente da sigla Valdir Raupp, também já explicitaram suas posições favoráveis à candidatura própria em 2018. “O partido tem uma herança muito forte para mostrar. Está presente em todo o Brasil e não tem dono”, disse Moreira Franco.

A disputa entre os partidos vem se acirrando gradativamente. Com as recentes declarações de Eduardo sobre considerar um erro o veto da presidente Dilma na questão da distribuição dos royalties do petróleo, o PMDB apressou-se em mostrar sua fidelidade ao governo defendendo a posição do Governo de destinar os recursos para a educação. Ao mesmo tempo, a briga pela presidência da Câmara é apenas um ingrediente a mais dentro da briga de bastidores.

Diante das pretensões e movimentações do PSB, o PMDB não se fez de rogado. Sob a alegação de sua representação estar aquém do apoio dado, o PMDB quer brecar a influência e o poder de fogo dos socialistas pleiteando o Ministério da Integração Nacional. Com Fernando Bezerra Coelho, homem de confiança de Eduardo, fora do comando, os peemedebistas avaliam que o PSB perderia uma de suas vitrines além de fortalecer o próprio partido.

Uma outra especulação que vem ganhando força dentro do próprio PT, segundo a imprensa, é que o Partido dos Trabalhadores estuda a possibilidade de entregar um ministério ao socialista Ciro Gomes. A manobra seria uma forma de neutralizar uma possível candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República. Por outro lado a relação entre os partidos pode ficar ainda mais delicada caso esta opção se concretize, uma vez que Eduardo e Ciro não são exatamente o que se pode chamar de amigos. O risco, segundo alguns, é que a entrega de um ministério para Ciro Gomes acabe por precipitar a decisão de Campos candidatar-se à Presidência.

Mesmo que Eduardo Campos seja candidato em 2014, teoricamente as chances de vitória são mínimas diante da candidatura da presidente Dilma, que tentará a reeleição, com o aval do ex-presidente Lula (PT). Dessa forma, o socialista teria maior probabilidade de vencer em 2018 – inclusive o próprio cacique petista já explicitou seu apoio ao governador pernambucano diante desta hipótese.

O cientista Político da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), José Luiz da Silva disse, em entrevista ao Pernambuco 247, que o PMDB tem grande força política, mas não terá maiores probabilidades de sair vitorioso em 2018, a não ser que tenha apoio de Lula. “O partido é bem estruturado, mas carece de nomes que tenham projeção nacional o suficiente dar uma vitória à legenda”, declara.

O PMDB é um parceiro estratégico para qualquer político que pretenda se candidatar a presidente, porém, na avaliação do especialista, o apoio dos peemedebistas a Eduardo Campos não será determinante para o socialista em 2018. “A presença de Lula (no palanque do governador) terá uma força maior”, afirma Silva.

No entanto, de acordo com o estudioso, Eduardo tem significativa capacidade de articulação política, o que pode diminuir a dependência do PSB em relação ao PT e a Lula. “Eduardo está se consolidando como uma força que busca não depender nem do PT e nem de Lula”, acrescenta.

 Fonte: 247

 

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