Policial acusa: Temer aparelha o órgão por votos na previdência

Por Ricardo Banana
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O superintendente da Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina, Fabrício Colombo, fez uma denúncia bombástica: acusou o governo de Michel Temer de aparelhar o órgão, em troca de votos para a reforma da Previdência.

Em razão disso, ele decidiu pedir demissão e gravou um vídeo em que aponta o aparelhamento. “A gente já vinha sofrendo várias pressões políticas. E isso não é algo que coaduna com o que eu imagino como ideal para a sociedade. Eu acho que a polícia não pode estar vinculada a nenhum tipo de política. Para mim, pela constituição, polícia é órgão de Estado e não de governo”, disse ele.

Antes de Fabrício, o ex-presidente da Funai, Antônio Fernandes Toninho Costa, também se demitiu, alegando não haver espaço para pessoas honestas no governo Temer (leia aqui).

Abaixo, reportagem do Diário Catarinense sobre o caso:

Superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Santa Catarina havia um ano, Fabrício Colombo pediu exoneração do cargo número 1 da instituição no Estado. O policial alegou descontentamento em função de mudanças nos cargos federais orquestradas pelo Palácio do Planalto e que ocorreriam em troca de votos para a aprovação da Reforma da Previdência.

Colombo deixa a função principal da PRF e volta a ser inspetor. Quem assume de forma interina a cadeira é Admar Luciano Filho. No entanto, a nomeação efetiva de um chefe para a PRF está sendo negociada por autoridades catarinenses. A exoneração do agora ex-superintendente foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira.

Antes mesmo da divulgação de trocas nas cadeiras da força policial rodoviária, Colombo afirmou que chegou a receber convites de políticos para vincular o cargo de superintendente a partidos que apoiam o atual governo federal.

— A gente já vinha sofrendo várias pressões políticas. E isso não é algo que coaduna com o que eu imagino como ideal para a sociedade. Eu acho que a polícia não pode estar vinculada a nenhum tipo de política. Para mim, pela constituição, polícia é órgão de Estado e não de governo — confirmou.

Além de Santa Catarina, a mudança na superintendência da PRF já foi sinalizada em outros Estados. No Rio Grande do Sul, o inspetor Pedro de Souza da Silva deixou o comando para dar lugar a João Francisco Ribeiro de Oliveira, indicado por um deputado do PMDB gaúcho. A alteração também aconteceu no Espírito Santo e no Mato Grosso, segundo o ex-superintende em SC. (247)

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