PP troca majoritária de Paulo Câmara por mais espaço no governo

Por Ricardo Banana
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Em meio aos rumores de que o PP acumulará, além do comando do Ipem, Porto do Recife, Lafepe, Secretaria de Desenvolvimento Social e administração de Fernando de Noronha; as presidências do Complexo Portuário de Suape e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, uma alta fonte palaciana afirmou, em reserva, que não há a possibilidade de o partido integrar a majoritária da Frente Popular na eleição deste ano. A legenda, que tem 14 deputados estaduais e o segundo maior tempo de TV e Rádio da base do governador Paulo Câmara (PSB), vinha pleiteando uma vaga na chapa do socialista, mas teria concordado em renunciar ao desejo em troca de mais espaço no governo.

Comenta-se, nos bastidores, que o atual presidente do Porto do Recife, Carlos Vilar, deve assumir ainda esta semana o Porto de Suape, deixando sua vaga aberta para o ex-prefeito de São Lourenço da Mata, Gino Albanez. “Fui sondado, mas a confirmação só se dará com a nomeação”, despistou Vilar. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, por sua vez, passaria a ser gerida pelo advogado Antônio Mário de Abreu. Todos eles foram indicados pelo PP.

Ligado ao vice-governador Raul Henry (MDB), o atual gestor do Porto de Suape, Marcos Baptista, afirmou, através da sua assessoria de imprensa, que não se pronunciaria sobre o tema.

Presidente estadual do PP, o deputado federal Eduardo da Fonte tem sido procurado desde a última sexta-feira (15) para comentar o assunto, mas não foi localizado. Ontem, durante o Seminário de Formação Política – Vereador (a) Presente, promovido pelo PSB em Gravatá, o presidente da agremiação em Pernambuco, Sileno Guedes, afirmou que não será o tamanho do partido na gestão que determinará ou não sua presença na majoritária. O socialista afirmou que questões de cunho ideológico terão muito mais peso na decisão do governador, que até o momento só incluiu o deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB) na chapa, ocupando uma das vagas para o Senado.

“Eu acho que a composição não se dará necessariamente pelo tamanho, pela força, pela participação no governo dos partidos. O importante nesse momento é consolidar quais são as siglas que irão compor a Frente Popular. Isso consolidado, o governador, que está liderando esse processo, dará a essa chapa uma leitura política de centro-esquerda”, declarou Sileno.

OUTRAS MOVIMENTAÇÕES
Questionado sobre as negociações das alianças para o pleito deste ano, Paulo, que também participou do evento do PSB no Agreste, afirmou não ter mais nenhuma pendência com a sua base, apesar de o deputado estadual André Ferreira, presidente pernambucano do PSC, afirmar que a sigla só permanece na base se o próprio parlamentar preencher a segunda vaga disponível na majoritária da Frente Popular para o Senado Federal.

Segundo o governador, o momento agora é de esperar a decisão do PT no que diz respeito a uma coligação entre os partidos. Caso a legenda do ex-presidente Lula opte por unir-se ao PSB, o espaço vazio para a Casa Alta ao lado de Paulo seria ocupado pelo senador Humberto Costa (PT). “Estamos aguardando as finalizações. O prazo ainda existe, vamos aguardar”, cravou o governador.

O senador Armando Monteiro (PTB), pré-candidato da oposição ao Palácio do Campo das Princesas, avalia que o acordo firmado entre PP e PSB não interfere nos planos do seu grupo. O parlamentar, porém, não fecha as portas para os progressistas. “Se amanhã não estiverem na aliança governista, estamos abertos, pois conversamos em qualquer latitude”, garantiu. (JC)

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