Professores e alunos se unem para evitar extinção do ensino médio na Escola Moysés Barbosa

Por Ricardo Banana
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imagemO novo governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) nem assumiu, mas algumas mudanças que pretende adotar em se tratando de educação no estado, já começa prejudicando uma parcela dos pernambucanos como os alunos e professores da Escola Estadual Moysés Barbosa, localizada no bairro Areia Branca, em Petrolina. A proposta é extinguir o ensino médio da unidade, mudança que prejudicaria alunos principalmente os que trabalham de dia e estudam à noite.

Para evitar que a proposta do governo seja posta em prática, os estudantes e professores do Moysés estiveram mobilizados durante os três turnos de aula nesta segunda-feira, dia 10. Segundo os professores, o governo do estado pretende criar polos de educação em escolas estaduais e querem transformar o Moysés Barbosa em polo do Ensino Fundamental II, transferindo o ensino médio para a Escola Adelina Almeida, localizada no mesmo bairro.

Mas a mudança, conforme a comunidade escolar, prejudicaria e muito os alunos que em sua maioria, são trabalhadores que moram também em outros bairros como José e Maria, Santa Luzia e Dom Avelar, sem falar que o Adelina Almeida não comporta mais salas do ensino médio. Conforme os docentes, a estrutura do Adelina já serve de referência em todo o sertão do São Francisco para estudantes portadores de necessidades especiais e não teria condições de abrir vagas para os egressos do Moysés Barbosa.

Sem falar que na região da Areia Branca, a concorrência por vaga é grande e se extingue o que já é pouco, deixa de dá oportunidade a quem pretende concluir os estudos sem ter que ficar longe de suas casas, fator que estar entre as principais causas de abandono escolar no ensino público.

“Nós não aceitamos a retirada do ensino médio daqui. Estamos perto de nossas casas e ainda mais, caso saia teremos que pagar transporte o que para quem estuda é um gasto que a maioria não pode bancar. Não vamos aceitar”, disse a aluna do terceiro ano, Janicleide dos Santos.

Outro problema que a situação representará para a escola. O corpo docente e demais funcionários que atuam no horário noturno, também serão profundamente prejudicados. Ninguém sabe o que pode acontecer caso essa proposta de retirar o ensino médio da escola vingue.

“Aqui temos alunos trabalhadores, muito se esforçam bastante para concluírem os estudos e já avisaram que caso o Moysés deixe de oferecer as turmas de ensino médio, abandonarão a sala de aula. Isso seria muito ruim e negativo para a educação estadual”, disse a professora Dalcirlene Marques Lima, responsável pela Biblioteca da escola.

Para a professora Adriana da Paz, do programa Travessia que também é oferecido na escola, os alunos do Ensino de Jovens e Adultos serão atingidos também com essa mudança.

“São pessoas que não puderam concluir seus estudos na idade certa e enxergaram nessa iniciativa da Escola Moysés Barbosa uma forma de recuperar o tempo perdido. Se acabarem com o horário noturno, esses alunos serão bastante prejudicados e ficarão frustrados pela oportunidade retirada de terminar os estudos”, afirmou

O presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação de Pernambuco, sede de Petrolina, Robson José do Nascimento, colocou a entidade a disposição dos professores e de toda a comunidade escolar, para lutar contra a mudança que será prejudicial para todos.

“Colocaremos nosso carro de som para divulgação das matrículas para o Fundamental II e o Ensino Médio do próximo ano.O Sintepe apoia a luta dos professores e alunos da escola. Estamos aqui para ajudar no que for preciso junto à Gerência Regional de Ensino”, enfatizou Robson.

Nesta terça, 11, a escola convocou os pais dos alunos para discutir o assunto.

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1 comentário

Luiz Domingos de Carvalho 11 de novembro de 2014 - 14:00

Fico muito triste com os problemas que estão acontecendo na Escola Moysés Barbosa.
Eu lembro que a Escola conquistou o primeiro lugar GRE – Petrolina com o prêmio: Tecnologia a Serviço da Educação – todos os professores receberam um computador.
Várias vezes a Escola Moysés Barbosa recebeu BÔNUS por atingir suas metas com o Governo do Estado de Pernambuco, era um décimo quarto salário que recebíamos.
Aí vem a pergunta: o que está acontecendo com esta belíssima Escola?

Abraços,

Luiz Domingos de Carvalho
Prof. licenciado de Geografia da Escola Moysés Barbosa

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