Queda da produção leiteira em PE obriga pecuaristas a deixar fazendas

Por Ricardo Banana
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A seca que atinge o Nordeste vem fazendo suas vítimas aos poucos. Pequenos e grandes pecuaristas estão lidando como podem com o prejuízo. No caso do leite, por exemplo, já houve uma queda de 60% na produção, o que obriga alguns fazendeiros a abandonar suas fazendas e buscar o sustento de outra forma.

Em Pernambuco, eram produzidos 2,3 milhões de litros de leite por dia. Atualmente, são apenas 900 mil. Postos de recebimento e resfriamento de leite estão sendo obrigados a fechar as portas.

Luciente Celestina é funcionária de uma fazenda que foi prejudicada com a queda na produção do leite. Antes, chegava a produzir 7.500 litros de leite por dia. Hoje, está abandonada. “Triste. A gente casou e criou nossos filhos aqui. A gente nunca saiu daqui”, lamenta Luciene.

O abandono foi inevitável. Dos 60 funcionários, ficaram apenas seis. O dono da fazenda, Reginaldo Barros de Oliveira, precisou vender 430 animais e as dívidas não paravam de crescer. “O coração fica triste muitas vezes. Mas eu vou superar isso. O sertanejo é, antes de tudo, um forte”.

João Batista de Barros e Francisco Laurindo da Silva são mais dois exemplos das consequências da seca. Eles viviam da produção de leite município de Pedra, no Agreste de Pernambuco. Agora, são empregados numa fazenda em Bom Conselho, a 40 quilômetros de casa. Tiveram de deixar sua família para conseguir 30 reais por dia, sustento que o leite não estava dando.

De acordo com o presidente da Cooperativa Agrícola Mista do Vale do Cordeiro (Coovale), Carlos Galindo, a pecuária leiteira da região está em extinção. “Eu acho que que daqui a mais um ano, só conhece uma vaca quem vir pela televisão”, afirma.

Fonte: G1 PE

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