Retrospectiva 2019 | Brasil à venda: estagnação econômica, desemprego e precarização

Por Ricardo Banana
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O primeiro ano do governo Bolsonaro chega ao fim com a promessa de retomada econômica não cumprida. A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país  iniciou o ano em 2,6% e, após ser rebaixada diversas vezes, chegou a dezembro em 1.1%.

A informalidade e o alto nível de desemprego também compõem o retrato do Brasil 2019. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 12,5 milhões de brasileiros estão sem trabalho. Além da escassa oferta de emprego, as condições das vagas oferecidas estão longe do ideal. Em outubro, por exemplo, a taxa de informalidade entre trabalhadores ocupados chegou a 41%.

Sem perspectivas

Daniel Alexandre da Silva, de 54 anos, vive em São Paulo (SP) é um dos milhares de brasileiros que sobrevivem por meio dos famosos “bicos”.

“Um dia eu trabalho de panfleteiro, no outro dia vou pra região central para vender algumas coisas. O que aparecer, vou fazendo. Vou me virando como Deus quer”, desabafa.

Sem alternativas, Daniel coloca-se à disposição para qualquer tipo de serviço, independentemente das condições. Ele trabalhava como auxiliar de limpeza terceirizado em um grande hospital da capital paulista, mas está desempregado desde janeiro de 2017. Hoje, ele se reveza entre o trabalho de panfleteiro, segurança, entregador, ambulante e o que mais aparecer.

“Quando o patrão paga por dia, tudo bem. Quando eles pagam por semana, ficamos sem dinheiro. Eles dão uma refeição e de resto a gente se vira”, conta.

Desalento

De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado em junho deste ano, assim como Daniel, 3,3 milhões de brasileiros estavam sem emprego há mais de 2 anos.  O número de pessoas nessa condição aumentou 42,4% nos últimos quatros anos. Com Bolsonaro na Presidência, o número de subocupados também bateu recorde e chegou a 7,3 milhões, enquanto os desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego) somam 4,8 milhões.

As propostas de Paulo Guedes a frente do Ministério da Economia seguiram à risca a cartilha neoliberal e não reverteram esse cenário.

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