Reunião da pediatria do Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina discute “Crises Epiléticas nas Emergências”

Por Ricardo Banana
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Mais uma reunião da pediatria do Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina foi realizada, reunindo toda a equipe de saúde para discutir sobre o tema “Crises Epiléticas nas Emergências”. É a segunda vez este ano que uma doença neurológica é levada ao debate. Em um primeiro momento foi discutido o autismo.

“As reuniões da pediatria fazem parte da nossa rotina e sempre buscamos trazer assuntos interessantes para os encontros, com foco sempre no nosso perfil de urgência e emergência. É comum as crianças chegarem em crise ao hospital e o profissional de saúde precisa estar preparado para prestar o atendimento necessário”, ressalta a diretora de Ensino e Pesquisa, Angélica Guimarães.

De acordo com o neurologista Jadson Fraga Júnior, esses debates realizados com a equipe de saúde proporcionam um nivelamento dos conhecimentos e auxiliam no estabelecimento de protocolos clínicos. “Dessa forma conseguimos fazer com que todos os profissionais ligados ao setor tenham um conhecimento mínimo sobre a doença neurológica em questão e saibam o que fazer diante de um paciente em crise, otimizando o atendimento e minimizando os efeitos do prognóstico”, pontua o especialista.

Sobre a doença

“Manter a população bem informada também é importante”, considera Jadson. Por isso, o especialista ressaltou algumas informações importantes e de utilidade pública ao final da reunião. Entre as principais questões, o especialista destacou a normalidade do evento, a necessidade da quebra de alguns estigmas e os tipos de apresentação da doença.

“Crises epiléticas ou convulsivas, em geral, representam uma situação dramática para os pais, principalmente quando a criança apresenta pela primeira vez. Mas, não há com que se preocupar. Cerca de 18% da população do mundo, vai ter pelo menos uma crise ao longo da vida e, na maior parte das vezes, quem teve uma crise não terá a segunda”, informa.

Jadson explica que as crises epiléticas podem ser sintomáticas ou agudas: “Existe a crise epilética sintomática, ou secundária, que ocorre quando há alguma alteração importante no organismo, como uma queda brusca de glicemia ou sódio. E, nesse caso, assim que o problema é corrigido o indivíduo não apresenta mais a crise. Já o paciente epilético terá crises recorrentes, que podem ser motoras, sensitivas ou límbicas. O diagnóstico deve ser feito pelo neurologista e, na maioria dos casos, a doença é bem controlada com medicamentos. Raramente ela evolui com outras complicações”, esclareceu.

“É importante a gente deixar claro que a epilepsia deve ser tratada sempre. Então, os pais devem procurar o sistema de saúde para maiores orientações. Além disso, vale a pena ressaltar que o paciente epilético não sofre de problemas psiquiátricos, nem de alterações comportamentais, podendo ter uma vida absolutamente normal”, acrescentou.

Para finalizar, o especialista explicou a diferença entre uma crise epilética comum e uma convulsão provocada por hipertermia. “A convulsão é um dos sintomas da epilepsia, mas o seu diagnóstico é muito mais abrangente. Já a crise convulsiva febril benigna da infância é bem pontual e acomete crianças de 1 mês a 5 anos. Ela acontece pela subida rápida da temperatura e não pela febre muito alta, como a maioria pensa. A partir dos 37.8 de febre a criança já pode apresentar convulsão, desde que essa temperatura suba rapidamente. Na dúvida, procure sempre o serviço de saúde”, orienta.

Ascom

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