Santa Cruz supera o Náutico e assume a vice-liderança do Pernambucano

Por Ricardo Banana
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O Santa Cruz não precisou de um bom futebol para vencer o seu primeiro clássico no ano. A Cobra Coral superou o Náutico por 1 a 0, com gol de Renatinho, na tarde deste domingo, no Arruda, em um clássico em que os alvirrubros tiveram uma grande posse de bola, mas uma enorme limitação ofensiva.

A vitória — a sétima seguida — leva os tricolores à vice-liderança do Pernambucano Coca-Cola, agora com 41 pontos, passando o Salgueiro, que empatou com o Belo Jardim e ficou nos 40. Já o Timbu amarga o quinto jogo sem vitórias, segue sem vencer clássicos na competição, na quarta colocação, com 35 pontos, e existe risco de o técnico Waldemar Lemos sair do clube.

Os corais ficaram com um jogador a menos durante 27 minutos no segundo tempo, entre os 13 e os 40, momentos das expulsões do volante Anderson Pedra, do Santa, e de Jefferson, do Náutico. Mostrou força defensiva ao segurar os 3 pontos.

O JOGO

O panorama pré-clássico apontava uma necessidade de vitória talvez maior por parte do Náutico, pressionado por uma sequência de resultados ruins e com diretores falando que o futuro do treinador Waldemar Lemos depende de resultados positivos. Os alvirrubros, de fato, entraram dispostos a dominar a partida, valorizando a posse de bola e tomando iniciativa. Mas, aos poucos, foi possível perceber que havia um falso domínio, que se estenderia por toda a partida.

Com a bola aos pés, os alvirrubros ficavam tocando para o lado, não passavam da intermediária e não conseguiam penetrar a defesa do Santa Cruz. Os corais se fechavam no início, mas buscaram adiantar a marcação e facilmente neutralizaram o ineficiente sistema ofensivo alvirrubro, que já tinha passado em branco nas três últimas partidas.

Em lances de ataque, havia uma certa igualdade entre as duas equipes. Entretanto, o Santa Cruz era mais perigoso porque tinha Dênis Marques e Renatinho, enquanto Siloé não conseguia concluir sequer uma jogada, insistindo na individualidade e exagerando no drible.

A igualdade no placar foi quebrada num detalhe. A predominância de Renatinho sobre Auremir. O lateral tricolor já tinha tentado um chute antes, defendido pelo goleiro alvirrubro Felipe — que estreou na vaga de Gideão, vetado de última hora pelo DM alvirrubro. Mas, na segunda chance, o baixinho tricolor foi letal. Em joada que começou com Geílson, Dênis Marques Dênis tentou um chute para o gol, que foi rebatido por Ronaldo Alves, e na sobra, inteligentemente, rolou para a esquerda, onde Renatinho apareceu completamente livre de marcação e bateu forte e no alto, de primeira. Felipe espalmou, mas não mudou a trajetória da bola, que só parou nas redes, aos 19 minutos.

As tentativas de ataque do Náutico ficaram restritas a chutes de fora da área e a jogadas de bola parada. Lenon tentou dois chutes de longe, defendidos por Tiago Cardoso. Siloé cabeceou duas vezes após cobranças de escanteio, mas mandou uma acima do gol e outra em direção ao goleiro coral.

Percebendo que Siloé abusava de erros por sempre tentar a jogada individual, o volante Derley chegou a dar uma bronca nele num lance em que o passe era a melhor opção.

Por outro lado, Dênis Marques, bem mais objetivo e perigoso, tentou uma boa jogada individual perto do fim do primeiro tempo, livrando-se de dois jogadores num espaço curto e perdendo a bola quando o terceiro chegou, justo quando viria a finalização, perto do fim do primeiro tempo. Ele também tentou uma bicicleta, mas não pegou bem, e Felipe segurou.

Mesmo não apresentando um bom futebol, o Santa Cruz terminou a etapa vencendo por 1 a 0, porque foi mais objetivo e teve a qualidade na finalização para abrir o placar.

SEGUNDO TEMPO

Pouco mudou no início da etapa complementar. Só aos oito minutos, a primeira boa jogada ofensiva do Náutico na partida. O time saiu tocando a bola até que Eduardo Ramos cruzou da direita, um defensor tirou de cabeça e Dorielton chutou num voleio. A bola bateu num defensor dentro da pequena área e fiu afastada.

O Santa Cruz não conseguia melhorar o seu futebol no segundo tempo e continuava preso em sua defesa, com mais posse de bola do Náutico. O técnico Zé Teodoro poderia tentar alguma modificação no sistema de jogo, como a entrada do meia Natan na vaga de um dos três volantes, mas preferia manter a marcação forte.

De tanto ter de parar as jogadas do Náutico, o volante Anderson Pedra tomou o segundo cartão amarelo aos 13 minutos. Então Zé mexeu a fim de preservar a defesa: tirou Geílson e pôs o zagueiro Vágner. Pouco depois, Natan entrou na vaga do apagado Luciano Henrique.

A equipe coral se fechou, e o Náutico tinha a possibilidade de envolver o adversário. No entanto, faltava uma boa articulação ofensiva, mais movimentação, tabelas, toques curtos, triangulações para furar o bloqueio.

Aos 22, Marquinho entrou no lugar de Lenon e foi jogar como meia, buscando auxiliar Eduardo Ramos na criação. No ataque, Léo já havia entrado aos 12 minutos na vaga de Dorielton.

A esta altura, o jogo já se tinha se transformado em ataque contra defesa. Totalmente fechado, o Santa  tentou mais velocidade na troca de Dênis Marques por Flávio Recife.

O Náutico chegou muito perto do empate num cabeceio de Marquinho que passou ao lado da trave, após cruzamento de Jefferson, aos 36 minutos.

Os alvirrubros seguiam tentando o empate, mas esbarrando nas suas limitações. Aos 40, um alívio para o Santa Cruz: o lateral-esquerdo alvirruro, Jefferson, foi expulso. O árbitro Sebastião Rufino Filho viu uma agressão do jogador a Natan e mostrou o vermelho direto. Ainda havia tempo, mas os corais seguiram bloqueando bem e asseguraram a sétima vitória seguida.

FICHA DO JOGO

Santa Cruz 1 x 0 Náutico

Santa Cruz – Tiago Cardoso; Diogo, Everton Sena, Leandro Souza e Renatinho; Memo, Anderson Pedra, Chicão e Luciano Henrique (Natan); Geílson (Vágner) e Dênis Marques (Flávio Caça-Rato). Técnico: Zé Teodoro

Náutico – Felipe; Auremir (Philip), Marlon, Ronaldo Alves e Jefferson; Lenon (Marquinhos), Elicarlos, Derley e Eduardo Ramos; Siloé e Dorielton (Léo Santos). Técnico: Waldemar Lemos.

Campeonato Pernambucano 2012. Estádio: Arruda. Gol: Renatinho, aos 19 minutos do primeiro tempo. Cartão vermelho: Jefferson (Náutico). Cartões amarelos: Leandro Souza, Everton Sena, Memo, Renatinho, Flávio Recife (Santa Cruz); Derley, Siloé e Dorielton (Náutico). Árbitro: Sebastião Rufino Filho; auxiliares: Erich Bandeira e Jossemmar Diniz. Público: Renda: Público: 27.078. Renda: R$ 382.720,00.

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