Sem provas, depoimento de Valério não tem validade, diz ministro da Justiça

Por Ricardo Banana
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O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse nesta quarta-feira que o depoimento prestado pelo empresário Marcos Valério, vinculando o ex-presidente Lula ao esquema do mensalão, não tem validade sem a apresentação de provas.

“Um depoimento que é apresentado sem provas, por uma pessoa que estava envolvida em práticas criminosas, não tem significado jurídico. A menos que obviamente se mostre que o que ele falou é verdadeiro”, disse. “Mas parece que não foram juntadas provas que minimamente pudessem dar credibilidade ao depoimento”, completou o ministro.

No final de setembro, Valério afirmou ao Ministério Público, após ter sido condenado no julgamento do mensalão, que esquema pagou despesas pessoais do ex-presidente Lula, segundo informações reveladas ontem pelo jornal “O Estado de São Paulo”. Também disse que o ex-presidente teria autorizado os empréstimos considerados ilícitos pelo Supremo Tribunal Federal e que, em 2005, recebeu ameaças de morte.

No lançamento de uma escola sobre mediação e conciliação, na sede do Ministério da Justiça, Cardozo saiu em defesa de Lula, chamando-o de “guerreiro” e “lutador” e o “grande presidente da história”.

“Lula é um guerreiro, um lutador. A população não vai deixar de reconhecer seu papel na história. Ele mudou a história do país”, disse. “O presidente Lula tem uma trajetória reconhecida pela grande maioria da população. Foi o grande presidente da historia”.

Para Cardozo, o depoimento de Valério ocorreu numa fase “curiosa”. “Juridicamente essa é uma peça que alguém fez numa fase curiosa. Não foi no início do processo, foi depois que já sabia que estava condenado. Com que objetivo? Anular o processo? Reduzir a pena? Não se pode dar credibilidade a priori numa situação como essa”, argumentou.

O ministro ainda atacou a oposição. “Setores da oposição não tem um discurso efetivo para a sociedade brasileira. A oposição se apegará a isso na falta de um discurso mais consistência”, disse. (Folha de São Paulo)

 

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