Altas temperaturas e a ocorrência de chuvas tornam-se a junção perfeita para o surgimento e proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), lança nessa terça-feira (21/11), o Plano Estadual de Contingência das Arboviroses para 2024, e mobiliza os municípios do Estado para ação conjunta voltada para o Dia Nacional de Combate à Dengue, que foi celebrado no último dia 19/11. Durante esta semana serão realizadas atividades educativas com escolas públicas municipais, ações de panfletagem e abordagem em comércios, em parceria com as cidades de Olinda e Goiana, além de atividades no Agreste, em Pesqueira, na Aldeia do Povo Xukuru.
O documento é constituído de um plano de ação, com trabalhos que serão desencadeados e/ou intensificados para o enfrentamento dessas doenças nos municípios pernambucanos, a partir da análise do perfil epidemiológico e entomológico das arboviroses no Estado e a organização da rede de atenção à saúde para atendimento desses casos.
O Plano Estadual de Contingência está organizado em cinco eixos estratégicos: Vigilância Epidemiológica, Vigilância Entomológica, Vigilância Laboratorial, Assistência à Saúde, Comunicação/Mobilização Social e Gestão.
Para a gestão das ações de Vigilância em Saúde, da Rede de Assistência e Mobilização Social, os municípios deverão ser classificados de acordo com os seguintes cenários: preparação, resposta inicial/oportuna, alerta e emergência. Cada nível leva em consideração a manutenção de ações de prevenção de cenários endêmicos/epidêmicos das arboviroses; estratégias de controle para diminuir a transmissão da doença e o grau de incidência de casos no território, além do incremento das iniciativas de contingência que proporcionem atendimento adequado aos pacientes, principalmente os que apresentem risco de gravidade, minimizando a ocorrência de óbitos.
“O Plano de Contingência é uma preparação. A gente espera não ser necessário utilizá-lo, mas havendo um quadro onde requeira esse tipo de atitude mais efetiva dos gestores municipal, estadual e federal, que eles já saibam antecipadamente o que fazer. Por isso, este Plano é tão importante. É documento norteador para que os municípios desenvolvam seus planos de forma localizada, além de mostrar como vai funcionar, em nível estadual, com este tipo de atenção, caso o estado seja requerido”, explica o diretor geral de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-PE, Eduardo Bezerra.
O gestor reforça ainda que no documento estadual há uma série de recomendações aos gestores locais para a realização de estratégias voltadas às populações mais vulneráveis (Comunidades Indígenas, Remanescentes de Quilombos, Povo das Águas e outras populações vulneráveis). Ao se levar em consideração que as arboviroses são consequência da interação do ser humano com o ambiente o qual ele vive, ressalta-se a necessidade da caracterização de cada território, identificação de suas lideranças e características para que a intervenção não se perca por dissonâncias de ordem social e cultural.
Em Pernambuco, até 11 de novembro (Semana Epidemiológica 45), foram confirmados 2.876 casos de dengue e 773 de chikungunya. Até o momento, não foram confirmados casos de zika no Estado. O atual panorama epidemiológico para as arboviroses, em especial a dengue, é de estabilidade com baixo número de notificações. É importante salientar que o período de aumento de casos das arboviroses em Pernambuco vai de março a julho.
Mobilização – Técnicos da gerência de Vigilância das Arboviroses e Zoonoses da SES-PE, em parceria com os Agentes Comunitários de Endemias (ACEs) as cidades de Olinda e Goiana, irão promover atividades alusivas ao Dia de Combate à Dengue com alunos da rede pública local.
Entre as atividades que serão desenvolvidas nestas localidades estão a realização de jogos e exposição de possíveis criadouros do Aedes aegypti, além de panfletagem no comércio e em vias de grande circulação de pessoas. As mesmas ações também serão levadas para a Aldeia do Povo Xukuru, em Pesqueira, pelos técnicos da SES-PE.
A dengue pode ser transmitida em sequência por meio da fêmea do Aedes aegypti que picou alguém infectado com um dos quatro sorotipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DEN-V 4). Em Pernambuco, nos últimos anos, já foram registradas a circulação dos quatro sorotipos da doença.
Normalmente a primeira manifestação sintomática da doença é um quadro de febre alta, acima de 38° C, que se inicia de forma abrupta, com uma duração que varia de 2 a 7 dias. A pessoa infectada pode apresentar ainda dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de fraqueza, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. O tratamento é focado nos sintomas, pois não existem medicações específicas para a doença. Por isso, é extremamente importante buscar um serviço de saúde já no início dos sintomas.
“Buscamos nos aproximar da população e relembrar que a realização de ações simples ajudam na prevenção do surgimento de novos mosquitos e consequentemente adoecimentos provocados pela dengue, zika ou chikungunya. Entre as medidas a serem adotadas e que precisam ser constantemente revisitadas estão: não juntar entulhos que possam promover o acúmulo de água, limpeza de vasos, calhas e demais locais usados para o armazenamento de água, como caixas d’água, baldes, garrafas e vasos de plantas, além do uso de repelentes”, destaca a gerente de Vigilância das Arboviroses e Zoonoses da SES-PE, Ana Márcia Drechsler.