Teresa Leitão condena movimentos de extrema-direita que incentivam delação de professores

Por Ricardo Banana
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Em discurso no plenário da Assembleia Legislativa Reunião nesta terça (30), a deputada Teresa Leitão (PT) criticou ações de grupos e lideranças de extrema-direita que estimulam estudantes a filmar e denunciar professores. Teresa se referia a um auto-denominado Movimento pela Criança, pedindo a delação de supostas “manifestações político-partidárias ou ideológicas” em salas de aula. O “movimento” incentiva os estudantes a constranger seus professores utilizando telefones celulares.
 
Teresa também mencionou o caso da deputada estadual eleita em Santa Catarina Ana Caroline Campagnolo (PSL), alvo de inquérito civil do Ministério Público Federal (MPF) por suposta intimidação aos professores do Estado. A deputada posicionou-se contra a perseguição de docentes e destacou a recomendação do órgão, publicada na segunda (29).
 
“A educação visa, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania”, ressaltou. “Traz ainda, como princípios, o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, bem como a liberdade de aprender e ensinar o pensamento, a arte e o saber”, acrescentou, lembrando que esses fundamentos também estão presentes na Constituição Federal e em planos estaduais e municipais de educação.
 
Sobre o caso específico da Capital pernambucana, a petista frisou que há lei municipal proibindo o uso de celular nas escolas se não for em atividade pedagógica. A deputada ressaltou a distorção das “bandeiras de luta” do movimento que, lembrou, não tem palavras que defendam “a primeira infância”, o “direito à escola e a educação”, ao “estatuto da Criança e do Adolescente”. 
 
Teresa Leitão também informou que os sindicatos de trabalhadores em educação do Estado e de vários municípios já se manifestaram no sentido de enfrentar os atos de intimidação. Ela, que preside a Comissão de Educação da Alepe, disse que, “caso as medidas via sindicato não prosperem, o colegiado vai se posicionar”.
 
Ao defender o Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire, a parlamentar foi interrompida por manifestações contrárias de grupos políticos de direita presentes nas galerias do Plenário para acompanhar outra votação. “O presidente eleito afirmou que vai banir Paulo Freire e seus ensinamentos do País. Podem gritar, mas não vão conseguir”, respondeu Teresa.
Ascom

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