Pesquisa revela que 25% dos jovens estão parados

Por Ricardo Banana
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Se a parcela de jovens fora da escola e do trabalho cresce nas famílias de mais baixa renda, a inatividade também é maior nas regiões Norte e Nordeste, onde 25,2% e 25,1%, respectivamente, dos jovens não estudam nem trabalham, aponta o estudo do Iesp-Uerj. No Maranhão, essa parcela é de 29,2%, a maior do país. Na outra ponta, em Santa Catarina, são 10,7%.

“No Sudeste (16,8%), o que se nota é que a economia segue crescendo, mas não tanto para os jovens. Já o Sul (13,1%) tem uma população mais bem qualificada e um mercado de trabalho mais bem desenvolvido” disse Adalberto Cardoso, coordenador do estudo.

No Recife, nos bairros populares, é comum encontrar jovens longe da escola e sem trabalho. Como os irmãos Juliana, de 24 anos, e Rafael Gomes da Silva, de 20 anos. Eles moram em um pequeno vilarejo à margem do Rio Capibaribe. De quatro irmãos, só Juliana concluiu o ensino médio.

Rafael não passou nem um ano na escola, não sabe ler e aprendeu recentemente com Juliana a assinar o nome. Ele, que tem um filho de 1 ano, Igor, já teve carteira assinada, como servente, mas no momento está desempregado. Juliana, que estudou em escola pública, não conseguiu aprovação no Enem. Sonha em fazer veterinária, mas não se sente preparada para o vestibular. “Não sei se vou tentar vestibular, nem cursinho estou fazendo”, confessa.

Juliana fez um curso de informática, mas não se adaptou. Depois arranjou emprego de balconista em uma padaria, mas desistiu: o patrão não queria assinar sua carteira, não dava dinheiro para o ônibus, não fornecia lanche nem água. Desde então, ela não faz nada. A família é sustentada pelo pai, que é areeiro (tira areia do leito do Rio Capibaribe para vender a armazéns de construção).

Rafael deixou a escola quando seus vizinhos saíram. Tinham entre 9 e 12 anos. Aos 16, ele tentou um programa de alfabetização para jovens e adultos, mas em menos de um mês desistiu.

Fonte: Agência o Globo

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