A Expansão da Energia Eólica no Nordeste cresce a cada dia

Por Ricardo Banana
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A dependência do Brasil em relação as usinas hidrelétricas exigiu uma diversificação na matriz elétrica nacional, abrindo caminho para expansão da energia eólica. Dentro desse contexto nos últimos anos o Brasil bateu recordes em expansão da capacidade de instalação de energia eólica, de acordo com dados do Governo Federal.

A energia eólica é obtida a partir do vento, Ela é considerada uma energia limpa, pois não polui o meio ambiente no processo de geração de energia, e é renovável já que tem como fonte um recurso inesgotável. No último ano o país passou a ocupar a sexta posição mundial em capacidade total de energia eólica, com cerca de 20 gigabwats, contribuindo com 11% da matriz energética brasileira, passando a ser a terceira maior fonte de energia do Brasil, segundo dados da ANAEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

O Nordeste é o maior polo de energia eólica do Brasil, responsável por 86% dos parques nacionais, e na região da Chapada do Araripe onde se situa a tríplice fronteira entre os estados do Piauí, Pernambuco e Ceará, está sendo construído o maior complexo de parques eólicos da américa latina. Denominado de Complexo Lagoa dos Ventos III. Por apresentar constância e qualidades características ideais para movimentar os aerogeradores, a chapada do Araripe foi considerada o lugar ideal para der a sede do complexo eólico.

Ao longo da BR que liga Araripina no estado de Pernambuco, a cidade de Picos no Piauí, a visão das torres geradoras de energia é um espetáculo impactante à primeira vista. Centenas de aerogeradores com capacidade para produzir energia para mais de 400 mil casas, foram instalados em propriedades particulares em uma área de 10,200 hectares.

Impactos nas comunidades e no meio ambiente

Desde o começo da sua implantação, o complexo é visto como sinônimo de progresso para a região, e de um futuro promissor para seus habitantes, segundo informações das empresas ali instaladas foram geradas mais de 1.500 empregos diretamente, aquecendo a economia local, além do arrendamento das terras dos agricultores.

Alguns moradores que foram beneficiados com a implantação dos aerogeradores em suas terras, relatam que houve grandes mudanças em suas vidas, pois agora contam com dinheiro fixo para complementar a renda familiar, e ainda podem dar continuidade a pequena agricultura familiar, já que o restante do terreno pode ser utilizado para plantar e criar animais.

Por outro lado, para aqueles moradores da região que não foram contemplados, restou a decepção, e a convivência com o barulho das hélices dos aerogeradores, e a incidência de raios durante o período das chuvas.

A região da Chapada do Araripe é local de reprodução das avoantes, segundo o CEMAVE (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres), e com a implantação dos aerogeradores, podem causar a redução e exclusão do habitat das espécies, barreiras intransponíveis, colisão com as linhas de transmissão, além da redução no crescimento e no sucesso reprodutivo das aves.

Jorge Luiz Alencar

Fotos  – Ventos do Araripe e Jorge Luiz Alencar

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