Advogado do MST aponta saídas para impasse entre Codevasf e acampados do Pontal em Petrolina

Por Ricardo Banana
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Uma queda de braço que poderá virar um problema bem maior, caso não haja um entendimento entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), superintendência regional sediada em Petrolina-PE, e as famílias de sem terra acampadas há mais de dois anos numa área do projeto de irrigação Pontal, administrado pela estatal federal. Desde fevereiro que o prazo para a saída desses agricultores terminou, mas eles permanecem no local, porque a determinação judicial que autorizou a Codevasf a reintegrar a posse da área, também determinou que o Incra Submédio São Francisco relocasse as famílias para outra área também produtiva, o que não ocorreu. A consequência da não saída do Pontal, foi que a Codevasf suspendeu o fornecimento de água para o canal do perímetro

e solicitou a Celpe, empresa de energia do estado, que cortasse o fornecimento de energia elétrica na área. A medida não prejudicou só os acampados, mas toda as comunidades localizadas ao longo do canal, que estão sem água há mais de 30 dias.

Advogado do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, coordenação regional do São Francisco, Daniel Bessaria explica que o jurídico tem acompanhado de perto a situação e trabalha para que haja uma solução que seja boa para todos os lados envolvidos na questão. Mas, que o Incra possa até julho, prazo dado pela justiça, relocar os agricultores acampados do Pontal.

“Já até existiu uma área provisória para os agricultores, só que não atendia as condições para que eles pudessem produzir, como no Pontal. A decisão dos acampados é que a relocação seja para uma área definitiva e produtiva, A atribuição para disponibilizar essa localização é do Incra em acordo com as lideranças dos agricultores e do MST regional. Essa é a expectativa do povo, porque eles sobrevivem do que plantam, é questão de sobrevivência dessas famílias”,

Sobre a suspensão do corte da água, Daniel Bensaria frisou que só cabe a justiça resolver e ela resolveu mandar cortar.

“Se a ordem é o corte para forçar a saída dos agricultores, é difícil saber se volta esse abastecimento. Esse corte é uma forma de provocar a saída das pessoas”, concluiu Daniel.

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