Brasil é o quarto país mais desigual da América Latina, diz ONU

Por Ricardo Banana
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Apesar do crescimento econômico mais acelerado e da redução da pobreza nos últimos anos, o Brasil ainda é um dos países mais desiguais da América Latina –situando-se em quarto lugar, atrás apenas de Guatemala, Honduras e Colômbia–, de acordo com relatório do ONU-Habital divulgado nesta terça-feira.

Todos esses países possuíam, segundo dados de 2009, um índice de Gini de distribuição de sua renda per capita acima de 0,56 –junto com República Dominicana e Bolívia, nações que completavam o grupo das seis mais desiguais do subcontinente. Tal índice revela uma elevada concentração da renda.

Já a lista dos países como menor grau de desigualdade era composta por Costa Rica, Equador, El Salvador, Peru, Uruguai e Venezuela –este último com a melhor marca, registrando um índice de Gini de 0,41. O indicador, porém, supera o dos EUA e de Portugal (nação mais desigual da União Europeia), ambos com índice de 0,38.

O Brasil avançou, porém, se comparado a 1990, quando detinha o título de país com maior nível de iniquidade da América Latina.

Segundo o relatório, a região é mais desigual do mundo, embora tenham ocorrido melhoras nos últimos anos na distribuição da riqueza na maior parte dos países.

Entre os motivos, diz, estão o crescimento do rendimento do trabalho, a queda das diferenças salariais entre diferentes categorias de trabalhadores e a expansão de programas de transferência de renda em vários países.

POPULAÇÃO E MORADIA

O estudo aponta ainda que a América Latina vive profundas mudanças, como a redução do crescimento demográfico e praticamente o fim da migração campo-cidade –responsável pelo “boom” da urbanização ocorrido até os anos 90.

O grupo de cidades com menos de 500 mil habitantes concentra a metade da população (222 milhões de pessoas) do subcontinente, enquanto as megacidades (mais de 5 milhões) fica com 14% (65 milhões de pessoas).

Ainda de acordo com o relatório, apesar dos avanços dos serviços públicos, o problema da moradia persiste na América Latina, segundo dados da ONU. O deficit habitacional na região subiu de 38 milhões de residências em 1990 para para uma cifra entre 42 milhões e 51 milhões em 2011.

Fonte: Folha de São Paulo

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4 comentários

HUGO 22 de agosto de 2012 - 8:07

Beleza de comentário amigo Carlos, embora não seja necessário ir tão longe. Temos aqui pertinho de nós duas cidades, nas quais podemos simbolizar bem as desiqualdades sociais, como estão, como acontecem e as causas. Creio eu que o progresso de um país, cidade, etc… está muito relacionada a cultura de um povo. Tenhamos como exemplo os EUA, todos querem o melhor para todos. Na nossa região, dê uma olhada para Juazeiro e, depois uma olhadinha para Petrolina. Quanta diferença heimm? Parece que o melhor tem que acontecer apenas de um lado. O governo geral é o mesmo, as coligações de apoio parecem ser as mesmas. Pra mim, a diferença está, em quem tem o poder de administrar por admiração a seu povo e quem não tem compromisso nenhum. Parabéns Julio Lóssio, guilherme Coelho, Fernando Bezerra Coelho, Geraldo Coelho, Oswaldo Coelho, Carlos Augusto, Odacyr Amorim, etc…. E, que canalhocratas do poder como Joseph Bandeira, Misael, Pedro Alcantara, Issac carvalho e etc… sejam banidos da alma política e administrativa da nossa regiao.

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toudeolho 21 de agosto de 2012 - 18:40

O PT não pode falar da herança maldita, pois esta no governo a 10 anos. Na verdade o PT precisa ser apeado do governo. Veja o que aconteceu em Petrolina na educação depois de Odaci: destaque no IDEB estadual

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Souza 21 de agosto de 2012 - 16:44

O problema é a Educação. Sem ela nenhum país consegue minimizar a desigualdade….

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carlos 22 de agosto de 2012 - 0:22

O problema passa longe da educação. O problema está em estruturas que historicamente apenas ampliam a desigualdade de renda.

A política do nepotismo e do favorecimento de amigos, o cerceamento à livre concorrência (abrir um banco é quase impossível, e todos os setores mais importantes da economia são estritamente regulamentados e concedidos a monopólios ou oligopólios – tente abrir uma empresa de telefonia ou um sistema alternativo de distribuição de energia ou água, por exemplo).

Outro problema está no gigantismo do Estado brasileiro, que, com sua demanda excessiva de impostos, tolhe o crescimento de micro e pequenas empresas – a carga tributária é apenas suportada por aqueles que dispõem de verba o bastante para toda a implantação de uma empresa.

A reforma agrária mal-feita é outro problema. Terras griladas e terras devolutas deveriam ser devolvidas aos proprietários originais ou entregues aos assentados por homesteading, e não ser feito o repasse de terras legitimamente adquiridas simplesmente porque não “cumprem sua função social”, condição das mais estúpidas propostas pelo legislador quando da promulgação da constituição.

Má distribuição de renda, entretanto, não é por si só um problema. Imagine um país onde há 100 mil habitantes, e todos eles ganham mil reais por mês. O coeficiente de Gini, nesse caso, seria zero. Entretanto, o bem-estar nesse país seria bastante pior que, se nesse mesmo país, 90 mil habitantes recebessem 10 mil por mês e os 10 mi restantes recebessem 100 mil por mês. O índice de Gini, nesse segundo exemplo, seria muito elevado, mas qualquer tristeza relativa ao país anterior seria baseada na inveja de existirem pessoas recebendo mais, o que é muito idiota e egoísta.

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