Buraco na camada de ozônio aumenta e chega a 3 vezes o tamanho do Brasil

Satélite Copernicus Sentinel-5P, lançado em 2017, mostra que em 2023 a área da falha na camada protetora da Terra é uma das maiores já registradas na história

Por Ricardo Banana
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O buraco de ozônio de 2023 sobre a Antártida é um dos maiores já registrados, segundo revelaram medições do satélite Copernicus Sentinel-5P. A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou os dados nesta quarta-feira (4).

De acordo com a ESA, o buraco atingiu em 16 de setembro uma área de 26 milhões de km² — aproximadamente três vezes o tamanho do Brasil, que tem cerca de 8.510.000 de km². Essa falha é chamada pelos cientistas de “área de depleção de ozônio”.

Lançado em outubro de 2017, o satélite Copernicus Sentinel-5P é o primeiro satélite Copernicus dedicado à monitorização da atmosfera terrestre. O aparelho detecta com seu instrumento Tropomi as marcas únicas de gases em diferentes partes do espectro eletromagnético, identificando poluentes com a maior precisão e resolução espacial já obtidas por pesquisadores.

As medições totais de ozônio feitas pelo Tropomi são processadas no segmento terrestre do Sentinel-5P no Centro Aeroespacial Alemão (DLR) usando algoritmos desenvolvidos pelo próprio centro e pelo Instituto Real Belga de Aeronomia Espacial (BIRA-IASB).

“Os produtos totais de ozônio do Sentinel-5P têm uma precisão em nível percentual em comparação com os dados em terra, o que nos permite monitorar de perto a camada de ozônio e sua evolução”, afirma Diego Loyola, cientista sênior do DLR, em comunicado, acrescentando que o Tropomi fornece três décadas de dados.

Três horas após fazer uma medição, a coluna total de ozônio do Sentinel-5P é fornecida ao Serviço de Monitoramento da Atmosfera da Copernicus (CAMS), que inclui as informações em tempo real em seu sistema. Uma animação divulgada pelos cientistas (no vídeo abaixo) usa medições de ozônio total do satélite e mostra a evolução do buraco de ozônio sobre o Polo Sul de 1 a 29 de setembro de 2023:

É comum que o tamanho do buraco varie ao longo do ano: a camada normalmente aumenta entre agosto e começo de outubro, atingindo seu máximo entre meados de setembro e o final de outubro. Então, os níveis de ozônio voltam ao normal até o final de dezembro, uma vez que as temperaturas na estratosfera começam a subir no hemisfério sul e a depleção do gás desacelera.

Porém, Antje Inness, cientista sênior da CAMS, conta que em 2023 o buraco começou mais cedo e cresceu rapidamente já desde meados de agosto. Uma animação 3D em vídeo mostra seu status sobre o Polo Sul de 1 de julho a 24 de setembro de 2023:

Com informações da Revista Galileu

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