Espaço do Leitor: ELEIÇÃO, ESTADO E CRISE

Por Ricardo Banana
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Sem títuloA eleição presidencial de 2014 foi claramente uma disputa entre visões e a forma como o Estado deve atuar na economia e na sua relação com a sociedade.

A Vitória de DILMA foi à escolha de um Estado com um viés mais intervencionista na economia (tipo keynesiano), contra um projeto representado por AÉCIO com uma visão mais liberal, porque entende que o Estado intervencionista limita as ações empreendedoras individuais; entende que o Estado tem que ser visto como um elemento externo à economia, exercendo apenas sua ação de regulação.

Saiu vencedora a DILMA, mas, diante de um cenário econômico em crise, implanta, predominantemente, uma política macroeconômica “a lá Aécio”. Tornando parte dos seus eleitores órfãos do projeto eleito.

A necessidade de ajustes na economia com a intensificação da crise política só faz ampliar a necessidade do ajuste fiscal, porque a economia vive de expectativas positivas e na ausência dela tornou-se “o cachorro querendo comer o próprio rabo”, ou seja, uma crise alimentando a outra.

Independentemente do resultado da crise, porque em algum momento terá uma solução, não sabemos a forma, mas, a contradição básica entre as visões de ESTADO permanecem, como também seu atores principais e coadjuvantes.

Imaginar que o impeachment, renúncia ou golpe de Estado encerra essa contradição é não entender da dinâmica social e não ser capaz de projetar as consequências danosas ao país no curto, médio e longo prazos.

Assim, no cenário atual não acredito em ruptura do mandato da Dilma, mas, que a oposição fará movimentos calculados de forma que o governo sangre dia-a-dia (até 2018) sem quebra na esfera da política em virtude das amplas consequências á ordem que um cenário de tensionamento poderia produzir a partir dos movimentos sociais organizados que é a base social da eleita.

Por Geraldo Júnior – Economista

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