1º Encontro de Consultados da CIMM reúne produtores e consultores do Vale do São Francisco

Por Ricardo Banana
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Pesquisadores, produtores, e o público envolvido com a produção da região, estiveram nesta sexta 22, durante toda a manhã no auditório do Nobile Suítes Hotel em Petrolina-PE, prestigiando o 1º Encontro de Consultados da CIMM. O engenheiro agrônomo e consultor, Bosco Farias, da Farias Góes, parceiro da Ajinomoto, explicou que o objetivo do encontro foi ampliar a relação entre produtores, consultados e consultores.

“Temos como missão engradecer e enriquecer a cultura da manga e outras culturas, além das novas culturas do Vale do São Francisco.​ Essa é a nossa contribuição para o crescimento de forma sustentável aqui na região”, explicou o organizador.

Participaram do encontro 150 produtores. São consultores que fazem parte do Grupo CIMM que junto com Ajinomoto e Central de Adubos, organizaram o evento que foi bastante prestigiado por todos que fazem o segmento.

O evento contou com a participação de vários empresas privadas e públicas como a Embrapa Semiárido. Um dos pesquisadores da Embrapa que participou da programação foi Paulo Roberto Coelho, palestrando sobre as novas culturas que vêm sendo produzidas no vale.

Ele disse que as novas culturas estão sendo testadas e que os testes têm sido bastante positivos. “As frutas têm tido resultados animadores e as plantas produzem bem com frutas de qualidade”, frisou. Perguntando se culturas como pera, maçã e caqui possuem viabilidade de mercado, as três que vêm sendo testadas dentro das novas culturas da região, Paulo Roberto confirmou que sim.

“Tanto no mercado interno como externo são culturas que têm forte mercado. Hoje, 95% da pera consumida no Brasil, é importada. Já o caqui só produz no segundo semestre e toda a maçãs consumidas no Nordeste vêm do Sul. Então é importante esse trabalho de cultivo das maçãs para fortalecer o nosso mercado nordestino”, explicou o pesquisador.

Segundo Paulo Roberto, já existe um grande interesse pela produção da pera aqui na região. “A pereira começou expandir. Vários produtores já procuram fazer áreas comerciais e procuram por muitas mudas, mas frisamos que não comercializamos mudas. Nós fazemos as orientações. As mudas são compradas em viveiros e apenas orientamos como introduzir a técnica”, explicou o pesquisador mestre em fitotecnia.

MANEJO E NUTRIÇÃO

A pesquisadora e consultora da Ajinomoto, Essione Ribeiro Souza, doutora em fisiologia de produção e treinadora técnica da Ajinomoto, abordou a nutrição da planta. Ela citou alguns produtos da marca que fazem bem ao desenvolvimento da planta como o Amino Proline aminoácido que consegue tirar a planta do estresse; e o Amino Arginine.

“Eles fazem um diferencial que consegue alojar o potássio em toda a planta, ideal para uma produção de manga. A planta quando está com deficiência de água começa a reverter o fluxo. Ela fica com excesso de sal e com a folha amarelada, ai tem que ajustar no manejo pAra tirar o sal dessa planta. Costumo usar nesse processo o Amino Plus”, orientou a pesquisadora.

Essione explica que para se produzir bem tem que ter um bom manejo. Falando sobre monitor de carboidratos, ela revelou como aplicar o produto.

“Após a água, o principal manejo para uma planta de qualidade é a nutrição. Produtos que tirem a planta do estresse e que a deixe com equilíbrio, equilibrando a água com a nutrição. Isso ajuda a produzir bem e com qualidade”, considerou. Essione Ribeiro sugeriu para esse processo o produto Amino Pró-Laje, um dos que ajuda bastante neste fortalecimento, segundo a pesquisadora da Arapidopsis​.

MERCADO

Para falar sobre economia e mercado da manga no Brasil e no mundo, o evento trouxe o pesquisador da área João Ricardo, da Embrapa Semiárido. Conforme explicou, o mercado produtor une oferta, demanda e os preços, mas ele observa que o setor produtivo tem focado apenas em preço e produção, o que para ele, isso precisa mudar e logo.

“De uns anos pra cá houve um aumento de renda da população e as pessoas passaram a consumir mais. Isso fez com que a mangecultura se tornasse rentável. Os produtores produzissem bem mais, levando-se em conta a crise em outras culturas como a uva”, assinalou João.

De acordo com o pesquisador, a área de plantio da manga no vale deve dobrar nos próximos dois anos. Atualmente é de 30 mil hectares e isso obrigará os produtores a incentivarem mais o consumo de manga no mercado.

“Daqui a dois anos, iremos dobrar a área que hoje é de 30 mil hectares, então estamos alertando e buscando soluções para essa questão. Se não for para o mercado, tem que estimular as pessoas a produzirem mais, levar o brasileiro a consumir mais manga num curtíssimo prazo”, destacou o pesquisador da Embrapa.

João Ricardo lembrou que 75% da manga produzida no Brasil fica no mercado interno. “É preciso uma união do setor, usar o marketing para fazer o consumidor brasileiro consumir mais a fruta”, sugeriu em sua fala durante o evento.

“O mercado é cíclico. Se não for profissional, vai ter que sair do mercado, por isso é preciso estar sempre atento e buscar se manter e bem”, complementou João Ricardo.

​AGRODAN

Uma das empresas presentes ao evento promovido pela CIMM em parceira com Ajinomoto e Central de Adubos, foi a Agrodan – Agropecuária Roriz Dantas – representada pelo diretor geral, Paulo Álvaro Roriz Dantas​. A empresa é a maior produtora e exportadora de mangas do Brasil e está localizada em Belém do São Francisco, aqui no sertão Pernambuco.

Segundo Paulo, em 2018, a empresa foi responsável por exportar 20% de toda a manga do Brasil para a Europa. O empresário acrescentou que a Agrodan sempre busca a qualidade do produtor, reputação da empresa no mercado e o desenvolvimento da marca, respeitando os funcionários e as pessoas.

“A missão de nossa empresa é sempre valorizar a base, e preparar os recursos humanos com participação dos lucros e também investir no Programa Agrodan Social que promoveu a construção de uma escola para a comunidade. A Escola Professora Olindina Roriz Dantas cumpre esse papel”, comentou o empresário.

Ainda se destacaram nas palestras, Natália, estudante de agronomia da Uneb em Juazeiro/BA, apresentou o trabalho sobre ‘Pós Colheita em Novas Variedades de Manga no Vale do São Francisco’.

Também da área, César, Augusto, consultor da CIMM que abordou o resumo da safra 2018 no vale. Para concluir, o palestrante e pesquisador Dr. Welson, também da Embrapa, falou de ‘Manejo e Irrigação sobre o Déficit Hídrico’. O evento homenageou ainda alguns pesquisadores e consultores da área da fruticultura no Vale do São Francisco.

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