Gestora da AMMA participa de reunião no Sindicato dos Trabalhadores Rurais sobre o Refúgio Tatu Bola

Por Ricardo Banana
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imagemAgricultores que residem em doze localidades do interior de Petrolina, no sertão de Pernambuco, e que integram parte da área destinada à implantação do Refúgio de Vida Silvestre Tatu Bola, estiveram reunidos na manhã desta sexta (09), com representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolina e Região e a gestora da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), Denise Lima. O encontro evidenciou a insatisfação e preocupação dos produtores com relação à maneira como o governo Estadual pretende implantar o Refúgio, sem observar as peculiaridades da região e acolher as sugestões do agricultor sertanejo.

Na realidade, os produtores não são contra a criação de uma Unidade de Conservação, no entanto, eles defendem que o processo seja feito de maneira que haja um equilíbrio entre o ser humano e o Meio Ambiente. A sugestão é que seja feita uma reversão no processo, ou seja, ao invés de ser criado um Refúgio, seja uma Área de Proteção Ambiental (APA).

A gestora da AMMA e membro do Conselho Estadual do Meio Ambiente(CONSEMA), Denise Lima, já solicitou ao Conselho que seja feita uma reunião ainda neste mês de Outubro, aqui em Petrolina. “É importante que os conselheiros possam conhecer a realidade de vocês de perto. Já participei de reuniões que iriam votar essa conversão de Refúgio para APA, porém, não houve quórum. Durante essas reuniões a percepção que tivemos foi a de que os conselheiros votaram pela aprovação do projeto, mas não conheciam o cotidiano das populações que serão atingidas diretamente. Como já disse diversas vezes, não somos contra a preservação do Meio Ambiente, mas também não podemos esquecer a sobrevivência de quem habita nele”, enfatizou.

O Refúgio foi criado em 2014 através do decreto 41.566 e deve compreender uma área aproximada de 110 mil hectares dos municípios de Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista. De acordo com o decreto, a manutenção e conservação do Parque será desenvolvida de maneira interinstitucional, com a participação das esferas públicas dos poderes constituídos, universidades, Conselhos de Meio Ambiente e a comunidade de maneira geral. Desde que foi aprovado, tem sido alvo de muitos questionamentos. Os produtores têm dúvidas que vão desde a proibição da manutenção de atividades que eles já exercem à extinção de alguns benefícios.

“Se a criação do Refúgio foi um equívoco, através destas reuniões, das audiências públicas, enfim, estamos dando a opção de que eles mudem o projeto, consertem esse erro. O que não pode acontecer é o que vemos agora, ou seja, agricultores inseguros, receosos, sem saber o que será de seu futuro. Temos que unir forças, detalhar informações e levar ao conhecimento do Estado, até para que a gente possa sensibilizar quem tem o poder para mudar alguma coisa”, pontuou o diretor de Meio Ambiente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolina e Região, Maurício José da Silva.

Representando a comunidade de Volta do Riacho, José Manoel de Sá, conhecido como Professor Guega, disse que é importante que a comunidade rural possa se unir. “Esse projeto é terrível, como é que você fala em preservar um pedaço da Caatinga, do bioma, tirando o homem lá de dentro? Aqui em Petrolina temos um projeto muito interessante, que é o das Unidades de Conservação da Caatinga, e de certa forma, elas poderiam servir de parâmetro para que o governo do Estado esboce melhor este Refúgio”.

Texto: ASCOM AMMA/Roseanne Albuquerque

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