Homeopatia é alternativa de tratamento em animais no semiárido

Por Ricardo Banana
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No começo, o agricultor Augusto José Lourenço (66), conta que ficou “meio assim” (diz, balançando a cabeça), diante da ideia de tratar o seu rebanho de ovelhas com medicamento homeopático. Mas, quem o observa na lida com os animais, na Fazenda Cruz, na comunidade de Lagoa do Campo, no município de Cícero Dantas, percebe que a resistência inicial foi vencida. No seu pequeno e bem asseado curral, ele reúne os animais e, calmamente, aplica o medicamento, via oral, naqueles que tiveram doenças diagnosticadas.

O tratamento homeopático em animais é um dos trabalhos desenvolvidos pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura (Seagri), que no município de Cícero Dantas foi desenvolvido com o apoio do projeto Pacto Federativo, uma parceria entre a EBDA e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). De acordo com o coordenador do projeto e técnico da EBDA, Antônio Mendes da Silva, a pecuária, fundamentada nos princípios da agroecologia, tem na homeopatia uma ferramenta forte para a produção de alimentos de origem animal saudáveis e livres de contaminantes químicos.

Mendes lembra que os medicamentos homeopáticos, além de não produzirem efeitos colaterais, podem ser administrados com segurança em fêmeas gestantes ou durante e após o parto, diferentemente dos medicamentos químicos. “Quando os animais são tratados com medicamentos alopatas (químicos) para o controle de verminoses, eles só podem ser abatidos para consumo humano após 122 dias e, neste período, os seus dejetos contaminam o solo e o lençol freático”, disse Mendes.

Outra doença que tem sido tratada com sucesso com medicamento homeopático é o mal-do-caroço – linfadenitecaseosa. O médico veterinário e coordenador da pesquisa, Farouk Zacharias, ressalta a importância da validação do tratamento pelos produtores. “Trata-se de uma prática nova de pesquisa que ganha a confiança e corrige erros do passado, quando não se dava nenhum retorno dos resultados para o produtor”, avalia Farouk.

Fonte: EBDA/Assimp

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