Maia defende pactuação com PT e desagrada clã Bolsonaro

Por Ricardo Banana
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O presidente da Câmara dos Deputado, Rodrigo Maia (DEM-RJ), candidato à reeleição, declarou durante evento no Piauí, que a Casa não é nem de direita nem de esquerda e que o PT não pode ser suprimido das articulações eleitorais. A declaração arranhou os ouvidos de setores do PSL, partido de Jair Bolsonaro, que oficializou apoio à reeleição de Maia em troca do comando de comissão importantes da Casa.

“A Câmara é a representação do povo. A eleição de presidente da Câmara não é de governo e oposição, nem de direita-esquerda”, disse Maia, após se encontrar com parlamentares da bancada do Piauí e com o governador do estado, Wellington Dias (PT).

“A representação da sociedade está feita no Parlamento. A gente não pode suprimir nem os 52 deputados do PSL nem os 57 do PT”, disse ele, ao defende a pactuação das pautas de interesse. “Discutimos com o governador Wellington e com todos os governadores as pautas de interesse do Brasil. Se a decisão for que eu continue na presidência vamos pactuar essas agendas de interesse do Brasil, entre o governo Federal, os Estados, e os municípios. Pactuado as agendas conseguimos superar esse momento de dificuldades que passa por pontos como a Previdência e a segurança”, acrescentou.

Sem citar nomes, Maia afirmou que “alguns queriam suprimir (o PT) do processo legislativo”. “Precisamos entender que a Casa é uma Casa plural, pulverizada do ponto de vista partidário, como nunca foi. E a gente tem que ter muito equilíbrio e muita paciência para ouvir a todos. E que todos precisam e devem participar, sim. Cada um representa uma expectativa e um sonho da população brasileira”, declarou.

Em campanha, Maia tenta atrair votos da esquerda e do campo progressista, pensando num eventual segundo turno de votação na Câmara. Seu discurso conciliador busca atrair principalmente os votos do PT,. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR), já declarou que o apoio do PSL a Maia afasta sua legenda da aliança em torno da sua reeleição.

O discurso de Maia é utilizado por setores do PSL para justificar a retirada do apoio à sua candidatura. O clã Bolsonaro encabeça a campanha contra Maia, segundo informa a colunista do G1 Julia Duailibi. “Os setores contrários articulam nos bastidores o apoio a outro nome”, diz a jornalista.

Outro que trabalha contra Maia no governo é o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que é do DEM, mesmo partido de Maia, mas articula o lançamento da candidatura de Davi Alcolumbre (DEM-AP) à presidência do Senado, o que prejudica as negociações em torno do nome de Maia na Câmara, já que os dois são do mesmo partido.

Além do DEM e do PSL, Maia já tem o apoio do Pros, PR, PRB, PPS, PSD e PSDB. (247)

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