MARINA SILVA: O “novo fundamentalismo” de mercado

Por Ricardo Banana
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imagemO debate da sucessão presidencial, infelizmente, até agora, não representou de forma clara e transparente a principal disputa do processo eleitoral que é a concepção acerca do papel do Estado na economia.

Desde o processo de redemocratização e a primeira eleição direta em 1989, esse tema acaba sendo a principal disputa. Todos os outros temas acabam sendo variantes e conseqüências indiretas desse ingrediente principal.

Ao longo dos últimos 20 anos apesar de ter ocorrido uma alteração na visão do Partido dos Trabalhadores – PT, acerca da intervenção do Estado na economia, este ainda possui em seu plano programático os elementos de intervenção, sendo seu elemento diferenciador em relação aos outros principais partidos que disputa essa hegemonia, principalmente o PSDB.

Na atual sucessão de 2014, a corrida presidencial sinalizando uma dispersão com 03 candidaturas com possibilidade de alçar a rampa do Palácio do Planalto, o fato novo é a quebra da polarização, não só no espectro ideológico das 02 principais candidaturas do PT – PSDB, mas, o fato da candidatura do PSB, inverter a roda do pensamento histórico do partido e pregar abertamente uma plataforma econômica muito mais a direita do espectro político atual. A defesa do PSB de sinalizar a manutenção do tripé da política macroeconômica: Câmbio flutuante, superávit primário e meta de inflação, já era algo natural, mas, ele foi além, propondo o que o próprio PSDB via com reservas, que é a independência do Banco Central.

De todas as propostas e plataformas dos candidatos essa é a que vejo com maior risco à economia brasileira. A independência do Banco Central se apresenta como algo extremamente delicado para um país que está numa trajetória de desenvolvimento como a nossa ao longo de todo século XX. Não estou falando apenas dos dias atuais. Estou falando do futuro do país no longo prazo na execução da política macroecnômica.

A economia global ainda vive seus momentos delicados diante de uma crise financeira que “estoura” em 2008 e que ainda possui sinais de aprofundamento dos mais delicados, diante do grau de financeirização econômica que acaba por provocar uma intensificação da volatilidade dos capitais. Assim, as crises financeiras tendem a ser cada vez de maior proporção e com maior freqüência, diante da falta de um agente multilateral, a exemplo do FMI, que pudesse exercer a função de controlar essas oscilações financeiras a nível global.

Então, o que vemos é um cenário econômico de médio e longo prazo extremamente delicado e sem capacidade de uma gestão dos fluxos internacionais de capitais que podem de um dia para o outro varrer do cenário econômico países e economias inteiras diante da agressividade que esses mercados a cada dia assumem.

É diante desse cenário que a candidata Marina Silva propõe a independência do Banco Central do Brasil, numa clara sinalização ao capital financeiro internacional, em que a 8ª economia do mundo abre mão de um dos maiores instrumentos de proteção a possíveis crises financeiras e especulativas de capitais, principalmente de curto prazo, que vivem vagando pelo mundo em busca da valorização.

O economista americano Joseph Stiglitz, Nobel de Economia em 2001, critico feroz do que chamou de “Fundamentalismo de Mercado”, processo de desregulamentação dos capitais em que estão postas todas as fichas e que o mesmo seria o grande elemento balizador das vontades coletivas a partir dos interesses individuais.

Assim, é neste cenário que a sucessão presidencial vai se desenvolvendo, porém, até agora espero que as candidaturas entrem realmente na temática que baliza as relações no conjunto da sociedade. Ou seja, quais, como e quanto deve ser o papel e atribuições do Estado nacional, porque esse elemento é o que está em jogo.

Geraldo F. S. Junior

Bacharel e Mestre em Ciências Econômicas/UFPB

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5 comentários

Tulio Souza 4 de setembro de 2014 - 23:01

Esse senhor eh mesmo economista??? Mestre em economia??? Que tipo de analise tosca eh essa? Mais parece discurso de alguem que nao quer perder “boquinha” e se ve obrigado a tentar desacreditar as candidaturas viaveis e alternativas a essa quadrilha de tolos, corruptos, larapios que tomou o poder no Brasil.
Ora, meu caro, se vc realmente estudou economia, honre o diploma que recebeu! Economia eh uma ciencia, nao eh curandeirismo. Nao eh profissao de fe!
Cada passo errado traz consequencias e o amadorismo da tambem se dizente economista Dilma tem arruinado os fundamentos economicos que o pais conseguiu erigir a duras penas.
Como pode um profissional da area concluir que o atual “modelo” deve ser mantido? Eh falta de conexao com a realidade ou ma fe?

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farma 8 de setembro de 2014 - 0:05

E você é o que mesmo? Formou em qual curso pra criticar o autor do texto? Esta opinião do autor está ratificada em outras fontes! Vc já leu alguma outra? Sai fora , cara!0

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moraes de carvalho 4 de setembro de 2014 - 16:38

Agora o Povo de Deus, no lugar mais alto do poder. Marina da Silva 40. Voto de coração, voto com amor, voto sim senhor.

Eu digo sim!

Viva a democracia do Brasil.

Moraes de Carvalho

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farma 8 de setembro de 2014 - 0:02

Teocracia não! Fora Malafarina Silva!!

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ITALO CESAR 3 de setembro de 2014 - 22:54

Meu caro observador, me responda quem vai indicar o gestor do Banco Central ?

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