Obstetra do HDM/IMIP fala sobre principais complicações que podem ocorrer durante a gestação

Por Ricardo Banana
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imagemA gestação é um dos momentos mais especiais da vida da mulher. Entretanto, muitas dúvidas surgem nesse período, principalmente em relação ao tipo de parto e principais complicações que podem acontecer numa gravidez. O coordenador da UTI Obstétrica do Hospital Dom Malan/IMIP, em Petrolina (PE), o ginecologista e obstetra, Álvaro Pacheco, fala sobre o assunto abordando sobre alguns cenários graves como, por exemplo, Síndromes Hipertensivas, infecções, hemorragias, morte materna, parto normal e cesariana.

Quais as principais complicações que podem ocorrer na gestação?

Álvaro Pacheco: A gestação, apesar de ser um evento natural, pode apresentar complicações potencialmente graves em cerca de 10% das oportunidades. Dentre estas, as Síndromes Hipertensivas, as Hemorragias e os quadros de Infecção apresentam destaque como as condições mais comuns associadas a resultados desfavoráveis.

Quais as principais causas de morte materna?

AP: Todos os anos morrem aproximadamente 285.000 mulheres no mundo devido a complicações relacionadas a gravidez, ao parto ou a puerpério (período em que o corpo da mulher retorna ao seu estado pré-gravídico e que dura em média 42 dias). Quase a totalidade dessas mortes ocorre em países em desenvolvimento.

A causa mais comum de Morte Materna no mundo são as Hemorragias, seguidas pelos quadros infecciosos e depois pelas Síndromes Hipertensivas, as quais no Brasil e em toda a América Latina são a principal causa de óbitos maternos atualmente.

Como a mulher pode evitar essas complicações?

AP: Para que haja a redução dos casos de morte materna, algumas medidas podem ser consideradas, a exemplo da promoção do Planejamento Familiar (evitando que as mulheres engravidem sem desejar e até mesmo abortem de maneira insegura), assim como a melhora dos níveis educacionais da população, incluindo conhecimentos sobre os cuidados e com a saúde e a adoção de práticas saudáveis de vida com uma dieta equilibrada e a realização de atividades físicas. É importante também a qualificação de toda a linha de cuidados à mulher grávida, incluindo:

a) Avaliação pré-concepcional para uso de vacinas, avaliação clínica e realização de exames para a descoberta de doenças potencialmente deletérias para o desfecho da gravidez, a exemplo da Diabetes ou da Hipertensão;

b) Uso de substâncias ou adoção de práticas com capacidade de minimizar o risco de doenças graves como a ingesta de Ácido Fólico para diminuir malformações fetais ou a ingesta de dieta rica em cálcio, associada a um menor risco de Pré-eclâmpsia;

c) Inicio precoce e adequado da Assistência Pré-natal, para detecção de doenças e tratamento daquelas com potencial efeito sobre a gravidez;

d) Capacitação de todas as equipes com práticas baseadas em evidências científicas, minimizando atitudes com risco de danos à saúde da gestante, como o uso indiscriminado de Ocitocina ou da Episiotomia;

e) Estruturação de toda a rede de Saúde para receber os casos de maiores complicações no ciclo gravídico puerperal, constando de equipes multidisciplinares completas e capacidade resolutiva, com leitos de Terapia Intensiva para quando necessários.

Quais os mitos e verdades sobre a cesariana?

AP: É importante que as equipes assistenciais conjuntamente com as gestantes possam optar pela melhor opção no momento do parto, de modo a diminuir as complicações associadas com cirurgias desnecessárias. Ao contrário do que algumas pessoas podem pensar, a Pré-eclâmpsia, a presença de circular de cordão no pescoço do feto, ou o fato de a mulher ter tido uma cesárea no parto anterior não são, por si, indicações de cesárea. Por outro lado, retardar uma cesárea com indicação, pode levar ao comprometimento do feto ou da mãe, quando nos encontramos diante de situações como Placenta Prévia, Sofrimento Fetal Agudo ou risco de rotura do útero por um parto prolongado.

ASSESSORIA DE IMPRENSA HOSPITAL DOM MALAN/IMIP

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