Opinião do Leitor – Petrolina, a hora da verdade

Por Ricardo Banana
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imagemMesmo com a monarquia no Brasil tendo sido extinta em 15 de novembro de 1889, os herdeiros políticos do “seu Quelê” instituíram uma “dinastia Real” que vem por décadas dominando a política município mais importante do Sertão de Pernambuco. Das eleições ocorridas do período militar até a mais recente no ano de 2012, para ser vencedor somente com o apoio de alguém da família Coelho.

Podemos listar como principais influenciadores nos resultados das eleições: o patriarca “Seu Quelê” passando pelos irmãos Nilo Coelho, José Coelho, Osvaldo Coelho, Geraldo Coelho, Augusto Coelho e Paulo Coelho, pela segunda geração Fernando Bezerra Coelho e Guilherme Coelho e mais recentemente com a raspa do tacho, Miguel Coelho e Fernando Filho.

Esse domínio, independente das reais intenções, resultou no domínio direto ou indiretamente da máquina administrativa municipal. Essa influência por mais de meio século, sem dúvida foi crucial para retroalimentação desse império.

Sabemos que o Poder dos Reis tem origem na teoria absolutista. Essa doutrina prevê que o direito de governar vem da vontade divina, não importando qual seja a vontade de seus súditos. Acontece que a população atual de Petrolina, hoje formada por mais de 60 % (sessenta por cento) de “forasteiros” não quer saber das glorias passadas e nem das conquistas que essa “monarquia” trouxe para o município.

A verdade é que até agora ninguém conseguiu se eleger Prefeito de Petrolina sem o apoio formal de um dos membros da família Coelho. Porém eis que na eleição desse ano essa “regra” poderá ser quebrada. Basta que um dos oponentes a chapa “monárquica” se eleja.

Tem um ditado que diz que “Verões duram décadas e os invernos uma vida inteira”. Prevendo uma dura disputa nas eleições deste ano a “dinastia” resolve se unir em um único palanque.  – Em meados da década de 80 ocorreu a divisão política, o que para muitos não passou de uma jogada estratégica: dividir para manter.

A eleição de 2016 contará com o escolhido “dos coelhos” mais três potenciais candidatos. Todos com reais condições de vitória.

Para manter a escrita foi indicado o nome do Deputado Estadual Miguel Coelho. Uma derrota para ele será um balde de água fria nas intenções do seu pai, o Senador Fernando Bezerra Coelho. FBC sonha em conquistar a cadeira de governador nas eleições de 2018.

O Senador FBC ainda tem que se desvencilhar dos seus problemas junto ao Ministério Público e Justiça Federal. Terá ainda que torcer para que não ocorra nenhuma operação da PF no seu quintal, e nem que seu nome surja com mais ênfase, nas delações homologadas das operações da Policia Federal (Lava-jato, turbulência, etc.). Outro desafio é que tudo de negativo que já apareceu na mídia sobre FBC não contaminem a opinião do eleitorado sobre o seu pupilo. A vice escolhida para acompanhar o jovem Miguel, foi gestora de casa geriátrica.

Já Adalberto Cavalcanti nunca escondeu sua quimera. Depois de uma gestão de 8 anos em Afrânio, e de 2 anos como Deputado Estadual, o cargo dos sonhos é ser Prefeito de Petrolina.  Mas luta também para reeleger sua esposa no município de Afrânio e o seu irmão em uma Prefeitura do estado vizinho, Piauí.  Acompanha como vice em sua chapa a ex-vereadora Anatélia que foi atuante quando fez parte da Câmara Municipal.

Odacy Amorim já foi prefeito do município. Sua boa gestão ainda está na memória de muitos. Porém é o candidato do Partido dos Trabalhadores – PT, vinculação que poderá lhe tirar votos. Muitos colocam que o candidato Odacy perdeu o bonde da história quando não migrou para um outro partido. É pegar pra ver. Sua vice é uma respeitada líder sindical.

Bárbara Laura Silva – petrolinense

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