Petição contra cortes na educação já tem mais de 1,1 milhão de assinaturas

Por Ricardo Banana
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Um abaixo-assinado contra o corte de 30% anunciado por Jair Bolsonaro e pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, na área de educação pública já contabiliza mais de 1,1 milhão de assinaturas. O documento, intitulado “Em Defesa das Universidades Públicas Brasileiras”, alerta para o desmonte do ensino público por parte do governo Bolsonaro e destaca a importância das universidades ao afirmar que elas “são responsáveis pela quase totalidade, por mais de 90% de toda a pesquisa científica que se faz no país em todas as áreas: da filosofia à medicina, das artes às engenharias”. O documento deverá ser apresentado à Comissão de Educação da Câmara dos Deputados no próximo dia 15, quando Weintraub será recebido na Câmara. “O Dia 15 de maio é, também, o Dia Nacional de Luta pela Educação”, ressalta o abaixo-assinado.

No texto, os organizadores destacam que “as Universidades Federais estão sob forte ataque do governo” e que “desde o início, e mesmo durante a campanha, o governo Bolsonaro tem demonstrado uma forte visão anti-intelectualista, contrária à ciência e à cultura, à democracia. Eleger a Universidade como grande inimiga não é, portanto, algo inesperado”.

Nesta linha, estudantes, professores e integrantes de movimentos sociais realizaram um protesto nesta segunda-feira (6), em Salvador (leia no Brasil 247) contra o bloqueio de R$ 37,3 milhões em verbas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), anunciado na semana passada pelo MEC. No Rio de Janeiro, alunos, pais e professores de colégios federais do Rio realizam uma manifestação em frente ao Colégio Militar do Rio no momento em que o presidente Jair Bolsonaro participava de uma solenidade de comemoração pelos 130 anos da instituição (leia no Brasil 247). Os cortes feitos pelo MEC, abrem espaço para a privatização de instituições de ensino superior.

O documento observa, ainda, que os cortes, incialmente restritos a três universidades, foram anunciados com base em fake news. “O governo se utilizou de dois argumentos falsos, mentirosos. O primeiro, que nossas Universidades possuem um rendimento insatisfatório, o que é desmentido por vários instrumentos de avaliação de desempenho, inclusive do próprio governo. O segundo, que elas são espaço de balbúrdia, ou seja, eles querem impor o seu código moral, quando não foram eleitos para isso. Ora, quem verdadeiramente frequenta as universidades sabe que elas são lugares de estudo, pesquisa, trabalho”, destaca o documento.

“Há evidentemente espaço para a crítica social e mesmo para a irreverência, dimensões importantes da vida democrática. Porque os cortes, se restrito à três Universidades, caracterizariam perseguição e portanto improbidade administrativa, o governo recuou atirando e universalizou a medida, estendendo-a a todas as Universidades Federais, bem como aos Institutos Federais”, analisa a petição.

Confira a petição.  (247)

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