Um ministério ficha limpa? Mais da metade da equipe de ministros já anunciada por Bolsonaro é investigada

Por Ricardo Banana
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O futuro governo Bolsonaro, surgido no bojo de uma onda “contra a corrupção”, tem mais da metade dos ministros anunciados envolvidos em  denúncias e investigações. Seis dos dez nomes indicados por Bolsonaro estão enrolados: Onyx Lorenzoni, deputado (Casa Civil); Paulo Guedes, economista (Economia); Marcos Pontes, tenente-coronel (Ciência e Tecnologia); Tereza Cristina, deputada (Agricultura); Luiz Henrique Mandetta, deputado e médico (Saúde); e Sérgio Moro, agora ex-juiz federal (Justiça).

Até o momento, não há investigações em curso contra quatro ministros anunciados: Augusto Heleno, general (Segurança Institucional); Fernando Azevedo e Silva, general (Defesa); Ernesto Araújo, diplomata (Relações Exteriores); e Wagner Rosário, atual ministro (Controladoria-Geral da União).

As acusações e denúncias contra cada um:

Onyx Lorenzoni: recebimento comprovado de doações ilícitas em campanha eleitoral (caixa 2); para o futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, o uso de caixa 2 em campanhas eleitorais, é “pior que corrupção”.

Paulo Guedes: há investigações por fraudes contra fundos de pensão e fundos de investimentos em valores que podem chegar a mais de R$ 1 bilhão.

Marcos Pontes: acusado de ser sócio oculto de uma empresa quando era militar da ativa -aos militares é vedado serem sócios de empresas.

Tereza Cristina: investigada por conceder incentivos fiscais à JBS quando era secretária estadual de Desenvolvimento Agrário e Produção de Mato Grosso do Sul, na mesma época em que arrendou para si uma propriedade ao grupo.

Luiz Henrique Mandetta: o deputado não reeleito é investigado por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 no contrato para implementar um sistema de informatização na saúde em Campo Grande, no período no qual foi secretário. O futuro ministro teve os bens bloqueados em uma ação civil pública relativa ao caso.

Sérgio Moro: responde a diversos processos disciplinares no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Entre eles estão: vazamento para a imprensa da delação premiada de Antonio Palocci; a divulgação da conversa gravada entre a então presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula; a aceitação do convite para se tornar ministro da Justiça do presidente eleito Jair Bolsonaro, diante da revelação que o convite fora feito ainda durante a campanha eleitora; a interferência indevida de Moro para impedir o cumprimento de um habeas corpus que determinava a soltura de Lula, em julho passada; viagem ao exterior patrocinada por entidade privada (Lide) para participar de evento a convite de João Doria. (Brasil 247)

 

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