Seminário vai informar e discutir problemas ocasionados por moscas-das-frutas nos pomares do Vale do São Francisco.

Por Ricardo Banana
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Um dos principais problemas fitossanitários da fruticultura do submédio do Vale do São Francisco, o intenso ataque de moscas-das-frutas nos pomares, será o tema de seminário organizado pela Embrapa Semiárido, no próximo dia 22 de novembro, de 14 às 17 horas, no auditório do Sebrae, em Petrolina-PE. No evento, pesquisadores da instituição vão debater com agricultores e empresários medidas de controle e definir estratégias de mobilização do setor para reduzir a população da praga a níveis que não causem dano às culturas.

Atualmente, apenas para os pomares de manga no submédio do vale do rio São Francisco, onde as safras são destinadas à exportação, é que existem normas fitossanitárias que obriga o monitoramento de moscas-das-frutas. Contudo, a elevada infestação registrada em videiras, principalmente a partir de 2011, torna urgente que agricultores e empresários do setor produtivo adotem medidas de controle a fim de manter os parreirais rentáveis e competitivos, ainda que o foco do negócio seja o mercado interno.

Os frutos estragados, imprestáveis para o comércio in natura e até para o processamento na indústria de alimentos, dão uma noção do tamanho das perdas produtivas e econômicas que o setor vem experimentando com a presença dessas moscas nas áreas de plantio. A principal espécie de moscas-das-frutas nas áreas irrigadas do pólo Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) é a Ceratitis capitata, que é chamada popularmente de mosca do mediterrâneo ou moscamed.

O comportamento reprodutivo desses insetos é semelhante em todas as fruteiras, podendo ter um ciclo maior ou menor, de acordo com o fruto hospedeiro. As fêmeas põem ovos no interior dos frutos ainda firmes, num estádio próximo ao amadurecimento. No caso das uvas, apenas uma delas pode chegar a depositar ovos em mais de 200 bagas. Isto é um aspecto da agressividade da praga. Além disso, ela se adapta facilmente a diferentes frutas hospedeiras, explica a pesquisadora Beatriz Aguiar Jordão Paranhos, da Embrapa Semiárido.

O ataque das moscas nas videiras e em outras culturas estraga os frutos de um jeito que ficam imprestáveis para o comércio in natura ou para a exploração no segmento industrial. Para a pesquisadora da Embrapa, elevada como está, a população das moscas na região ameaça seriamente a economia do vale com a diminuição das colheitas, a elevação dos custos com agrotóxicos, excesso de resíduos nos frutos e principalmente com barreiras para a exportação.

Embora considere que os órgãos governamentais precisam regulamentar o monitoramento obrigatório da infestação de Ceratitis capitata em videiras e outras fruteiras, além das mangueiras para exportação, Beatriz orienta os fruticultores do polo Petrolina (PE)/Juazeiro (BA) a tomarem a iniciativa de adotar medidas de controle o quanto antes.

Algumas técnicas, que combinam práticas culturais, armadilhas atrativas (Jackson ou McPhail), e o uso de iscas tóxicas são capazes de fazer baixar a infestação nas frutas. Além de outros métodos de controle, como o biológico e a técnica do inseto estéril. De acordo com a pesquisadora, trata-se de soluções que não podem ser utilizadas individualmente nos pomares, mas de forma integrada para que o manejo seja eficiente.

Este evento contará com a presença de entomologistas da Embrapa Semiárido, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, bem como da Biofábrica Moscamed Brasil. O seminário será de livre acesso e, todos os fruticultores/exportadores da região, estão convidados a participar das palestras e da discussão.

Contatos:

Beatriz Aguiar Jordão Paranhos – pesquisadora

beatriz.paranhos@embrapa.br

 

Fernanda Birolo – Jornalista Embrapa Semiárido (MTb/AC 81)

fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – Jornalista Embrapa Semiárido (MTb/BA 1127)

marcelrn@cpatsa.embrapa.br

 

Blog do Banana

Embrapa Semiárido – 87 3866 3734

 

Gilberto Pires

gilberto.pires@embrapa.br

Escritório de Apoio – 87 3861 4442

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