Depois das Paralisações da PM, saímos mortos ou Feridos?

Por Ricardo Banana
A+A-
Reset

imagemNeste ano de 2014, tivemos mais uma vez a realização de aquartelamento do efetivo Policial Militar de Pernambuco e assim como nas duas últimas, 1997 e 2000, parte do efetivo, travou uma luta contra o Governo do estado buscando melhorias, assim também como em outros estados brasileiros, sendo que fica uma pergunta que muitos deveriam ter feito, como solicitar melhorias salariais em um período em que a Lei Eleitoral não permite a nenhum Governo oferecer reajustes ou gratificações e como iniciar um movimento que já nasce sem base na legislação e fadado a derrota, visto que os regulamentos militares não deixam muito espaço para eventos desta natureza; pois a Policia Militar é uma instituição formada por dois “pilares”, hierarquia e disciplina, uma das formas de gerenciamento de pessoas mais antiga do mundo, depois da Igreja Católica.

Com isto, muitos de nossos companheiros de trabalho, foram convidados ou induzidos de forma voluntária, a fazer parte deste movimento que uns chamam de paralisação, greve ou aquartelamento, palavras exclusas do vocabulário militar, passando os Policias Militares a ficarem aquartelados por alguns dias e que chegou ao fim com pouco ou quase nada de concreto, mais algo quase certo, os reparos que serão feitos pelo Governo para inibir outros movimentos que por ventura tentem pregar esta prática e que o aquartelamento trouxe consigo, um sentimento da nossa sociedade adormecido, a barbárie, levando nossos “cidadãos” a cometer saques, roubos, vandalismo e muita violência.

Esta semana também vi pela rede social, um amigo Policial Militar, dizer que ficou fora da corporação por longos 10 anos e “esquecido”, por ter assumido a liderança da greve de 2000, hoje, sente satisfação em poder estar de volta a Policia Militar e estar entre seus companheiros de farda, seria o fato de dizer esquecido, o sentimento de que não valeu a pena?

Ao certo é que o futuro irá nos descrever melhor tudo o que aconteceu hoje, mais é necessário não só aos policiais militares, mais também a sociedade, entender como funciona este sistema político partidário que USURPA nossas vontades, de forma disfarçada, quando se utilizam do monopólio partidário para a manutenção de nomes que se propagam neste regime democrático, com formulas pouco entendidas por nossos cidadãos e fazem com que uma classe de poucos direitos, corram o risco de vir as ruas e não conseguem ser ouvidos por nossos legisladores de todas as casas, Estadual e Federal para que se tomem medidas capazes de garantir aos nossos militares estaduais condições de segurança e garantia de seus direitos, para que não vejamos sentimentos como estes, contrários ao regime militar e que vem tomando força em nosso país, é hora de repensar e votar leis que garantam isto, para isto é necessário um amadurecimento político do efetivo, não basta ao nossos governantes apenas reprimir, é necessário entender este novo contexto; no passado, como exemplo, tivemos uma mulher renegada pelo sistema, excluída pelo que chamamos de aceitável na sociedade e hoje é a maior autoridade de nosso país, a Presidente da República, não estou falando do Governo e sim da pessoa, que antes renegada e hoje ocupa um dos maiores cargo de nosso país.

Mais preocupante ainda, é ver pessoas irresponsáveis, com foco político, movimentar uma tropa, colocá-los a condição de risco e depois sair de “fininho”, causando um estado de descrédito e desconfiança no meio da instituição, em pensar que não temos como mudar este quadro; respondo que sim, mais não em nossas fileiras da corporação, a mudança só acontece nas Assembleias com falei anteriormente, não adianta irmos de encontro a Legislação que nos desampara.

A sociedade que não concorda com as paralisações e que reconhece o trabalho essencial de nossa gloriosa Policia Militar, deveriam eles sim, ir às ruas, cobrar e reivindicar por aqueles que não dispõem desta força social de chamar a atenção dos poderes, estes sim, deveriam lutar por nossa classe, mais alguns diriam que isto seria um sonho, digo que isto é uma verdade pouco explorada por uma classe que não conhece sua força e as vezes é induzida a tomadas de decisões erradas, por lideranças que buscam apenas o holofotes da mídia para sua promoção pessoal.

Ao final, “chegamos feridos”, acreditando que ao ver nosso efetivo sair deste estado de hipnose, começa a entender que precisamos mudar e construir uma nova legislação, mais isso vai ser feito por um movimento silencioso e continuo, com nomes que possam contribuir com a construção de um novo tempo nas casas legislativas; dizem que no militarismo nada muda, confesso que nos meus quase 20 anos vivendo sob este regime, muda e muda muito rápido, triste é não acreditar nestas mudanças.

Por Robson Patrício, Policial Militar de Pernambuco e Graduado Tecnologia em Gestão de RH

Blog do Banana

Related Posts

Deixe um comentário