SAMARCO SUSPENDE PAGAMENTOS A FUNCIONÁRIOS E FORNECEDORES

Por Ricardo Banana
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imagemA tragédia que acometeu a pequena cidade de Mariana, em Minas Gerais, começa a ganhar novos contornos por causa do bloqueio do dinheiro da Samarco, mineradora responsável pela represa que rompeu e inundou o município com rejeitos minerais.

A mineradora divulgou comunicado na sexta-feira (27) informando que estão suspensos os pagamentos de funcionários e fornecedores, previstos para segunda (30).

A Samarco diz que não pagará por conta de medidas que ‘não estão sob sua alçada’, e pediu judicialmente o desbloqueio. “A empresa informa que já solicitou a liberação ao juízo de Mariana e aguarda sua decisão para cumprir todos os seus compromissos financeiros”, diz a nota.

A disputa judicial começou na quarta-feira (25), quando a Samarco descumpriu determinação judicial e, de acordo com o juiz Frederico Gonçalves, “sumiu” com R$ 292 milhões. Ele havia decidido pelo bloqueio de R$ 300 milhões da empresa para reparação dos danos causados às vítimas do rompimento da barragem de rejeitos minerais, mas encontrou apenas R$ 8 milhões nas contas da companhia.

O juiz bloqueou os R$ 292 milhões restantes sob custódia do Banco Central, em forma de títulos de crédito, por exemplo, até completar os R$ 300 milhões iniciais.

A Samarco diz que agora suas contas estão bloqueadas. “Eles não podem fazer nenhuma movimentação financeira, por isso não podem pagar. Acabei de conversar com o Ricardo [Vescovi, diretor-presidente da Samarco] e ele me disse que vai tentar reverter isso já na segunda”, afirmou o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), em publicação no site da Folha de São Paulo.

Desde então, a mineradora já faltou com um pagamento importante e ficou devendo quase R$ 300 milhões a um outro fundo de ajuda às vítimas, criado após acordo com os ministérios públicos estadual e federal. O prazo final para o depósito estava marcado para quinta-feira (26), mas a empresa pediu adiamento para 2 de dezembro. Pelo atraso, ela será multada em R$ 1,2 milhão.

Quando pediu a prorrogação, a Samarco disse que precisava do desbloqueio de recursos para “saldar seus diversos compromissos que incluem o pagamento de funcionários, terceiros e o custeio dos esforços de reparação dos danos e medidas preventivas pelo rompimento da barragem”.

Parte dos trabalhadores da empresa entra em férias coletivas do dia 30 até 4 de janeiro de 2016. O anúncio foi feito após a tragédia e atinge os empregados das unidades industriais de Germano, em Mariana, e de Ubu, em Anchieta (ES).

O rompimento da barragem da Samarco destruiu o subdistrito de Bento Rodrigues e tem 13 vítimas fatais, 11 delas já identificadas, além de oito desaparecidos. (247)

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