Bebê continua com intestino exposto, sem previsão de nova cirurgia e Estado tenta se isentar do problema

Por Ricardo Banana
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Lucas Cauã nasceu no Hospital IMIP/Dom Malan no dia 25 de janeiro desse ano com o intestino obstruído. Para solucionar o problema foram realizadas várias cirurgias, mas o tratamento ficou incompleto porque com o procedimento, parte do órgão ficou exposto e deveria ser inserida na cavidade abdominal três meses depois, mas a administração da unidade suspendeu as cirurgias eletivas. A família do bebê retornou ao Hospital Dom Malan e recebeu a notícia de que todos os cirurgiões pediátricos foram transferidos e para realizar o procedimento os pais teriam que pagar R$ 10 mil na rede particular.

“É sobre a criança Lucas Cauã, que nasceu no hospital IMIP no dia 25 de janeiro desse ano, que nasceu com o intestino tampado, colostomia e eles fizeram a cirurgia, perfuraram o intestino da criança na primeira cirurgia. Não tem cirurgião pediátrico, foram todos transferidos, não sei se não pagam, não entendo. A mãe do menino falou com médico que fez a segunda cirurgia, porque o primeiro abriu mão depois que perfurou o intestino dele e saiu, aí o segundo que fez disse que para colocar para dentro só se a gente tivesse R$ 10 mil para pagar e a gente não tem, nós não temos condição. O pai dele é agricultor assalariado”, denunciou a tia do bebê, Aurineide Socorro Queiroz Romão.

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Ao tentar resolver o problema, a mãe da criança, Maria do Socorro Matias, procurou a Secretaria Municipal de Saúde para conseguir um encaminhamento para Recife através do Tratamento Fora de Domicílio, mas essa alternativa também foi inviabilizada. “Pegaram a documentação dela, mandaram para o TFD (Tratamento Fora de Domicílio) a primeira vez, aí voltou sem nenhum sucesso, mandaram de novo e tornou a voltar, então ela perguntou o que faz para realizar a cirurgia porque ela precisa que o menino tenha uma vida normal. Aí ele disse para a gente: ‘Só se a senhora tiver R$ 10 mil para pagar’”, relatou Aurineide.

Ainda de acordo com relato da parente, o menino hoje tem nove meses e corre risco de hemorragia porque inocentemente, coça e puxa o intestino exposto. “A gente já mandou toda a documentação para Recife, já duas vezes pelo TFD e voltou. Agora ainda veio um papel dizendo que todas as cirurgias foram suspensas por tempo indeterminado e a criança já está com nove meses. Por sinal, ela coça e puxa (o intestino), a mãe não tem condição de trabalhar porque não pode deixar ele sozinho em hipótese alguma, porque se ele tiver oportunidade ele puxa e chega a dar hemorragia”, completou.

A família em questão mora no bairro Pedro Raimundo. A situação se arrasta há nove meses e sensibilizou os membros da comunidade. A líder comunitária Adalberta Rodrigues, conhecida como Tina, acompanha o caso e relatou a rotina da mãe da criança. “Eu estou acompanhando esse caso e realmente é uma situação difícil porque eu já vi a criança toda banhada de sangue, a mãe em desespero. Ontem mesmo aconteceu isso”. Segundo Tina, a expectativa é que hoje (05) elas tenham algum posicionamento do IMIP. “Eu já procurei pela segunda vez a secretária de saúde, mas ela estava viajando. Estive com a secretária dela e pedi para ela me dar um retorno hoje. Também estive com Dr. Marcelo com a mãe da criança, ele ligou para Recife pedindo que fosse aberta uma exceção e Recife ficou de dar essa resposta hoje. No final da tarde de hoje ele estaria nos dando uma posição do que fazer com essa criança. Ele viu a situação que é lamentável. Essa mãe passa necessidade, ela vive do Bolsa Família e tem seis filhos”.

O relato da tia de Lucas Cauã, veiculado no programa Nossa Voz, mobilizou a cidade e uma rede de solidariedade se formou. Jonas Barbosa, morador de Petrolina há mais de 20 anos, veio ao estúdio da Grande Rio FM repassar uma doação de R$ 500 para Maria do Socorro. “Eu quando saí de casa, abracei meu filho. Quando eu vi a notícia fiquei até com vontade de chorar. Quem for voluntário ode doar, R$ 1, R$ 2, R$ 100 ou R$ 500 como eu repassei aqui. Eu não a conheço, mas acho que essa mãe deve estar tão triste por ver seu filho numa situação dessas”. Depois dele, mais um ouvinte que não quis ser identificado doou R$ 200 em espécie. Quem teve a oportunidade de ver o menino na manhã desta quarta também contribuiu.

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Além dos cuidados redobrados com Lucas, Maria do Socorro tem mais cinco filhos, a mais velha tem 15 anos. A rotina com bebê de 09 meses requer dedicação exclusiva. “A gente espera que as autoridades tomem providências e a gente vai lutar a batalha. Ele nasceu desse jeito e eu preciso trabalhar mas preciso que coloquem o intestino dele de volta. Ou aqui, ou em Recife, em qualquer lugar, onde eles me mandarem eu vou para resolver esse problema. No dia a dia, eu tenho que ficar com ele porque se eu deixar ele cinco minutos ele coça, mete a mão e quando olho ele está lavado de sangue. Eu não faço nada porque o pai dele sai às 4h e o resto é só com ele (Lucas)”.

Doações

A família do menino disponibilizou uma conta-corrente para doações: Agência 0812, operação 013, conta: 00023337219 na Caixa Econômica Federal em nome de Maria do Socorro Matias. Quem quiser entregar em mãos é só se dirigir à Rua 16, nº 135, no bairro Pedro Raimundo.

“Explicações”

Tanto o IMIP quanto a Secretaria Municipal de Saúde se pronunciaram através de notas. A assessoria de comunicação do Hospital Dom Malan só confirmou o que foi denunciado.

“A Direção do Hospital Dom Malan/IMIP esclarece que as cirurgias eletivas pediátricas de baixa complexidade, como de correção de hérnias e fimose, estão sendo realizadas através do sistema de mutirões periódicos. Em relação às cirurgias de maior complexidade, como do paciente em questão, essas estão sendo encaminhadas para os centros de referência. A Direção desta unidade informa que está buscando alternativas para a reativação do serviço de cirurgia pediátrica eletiva no HDM. Enquanto a situação persistir, os pacientes estão sendo orientados e encaminhados a procurarem as secretarias de saúde dos respectivos municípios de origem para fazer o referenciamento dos mesmos para os centros que dispõem desse tipo de tratamento, através do programa de Tratamento Fora do Domicílio (TFD)”.

Com a responsabilidade repassada para a administração municipal, a Secretaria de Saúde rebateu. “A Diretoria de Regulação esclarece que o caso do pequeno L. C. M. P. é de responsabilidade do município e a referência pediátrica é o Hospital Dom Malan, porém este não está realizando o serviço, pois as cirurgias pediátricas eletivas estão suspensas. Diante disso, a coordenação do serviço Tratamento Fora do Domicílio de Petrolina (TFD) encaminhou toda a documentação para o IMIP, porém, fomos informados que todos os atendimentos de cirurgia eletiva estão suspensos por tempo indeterminado no IMIP, dessa forma o Estado tem que referenciar o usuário para outro Estado através do TFD Interestadual”. (GradeRioFM)

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4 comentários

edinaria 6 de novembro de 2014 - 14:10

Carde sumiu, mas pergunta a ao vereador Alvolando que enche a boca e diz que os medico votaram no 45 mas o doente votaram no 13. Pede a ele pra da um jeitinho.

Responder
Nilson Frutuoso 5 de novembro de 2014 - 20:08

Venho aqui por meio da familia, informar que a conta para doação acima se encontra errada,
acerta é 000233372-9.
Ass: Nilson Frutuoso

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Nilson Frutuoso 5 de novembro de 2014 - 20:12

Qualquer coisa para a confirmação podem entrar em contato com a mãe da criança
(087) 8862-4171…

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michael 5 de novembro de 2014 - 15:50

carde dilma nessa hora

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